sexta-feira, 19 de agosto de 2011

Dilma veta aumento real a aposentados e quer aumentar a idade mínima.

Dilma veta aumento real a aposentados e quer aumentar a idade mínima
(Fonte:CSP-Conlutas)

Dilma Rousseff rompe “acordo” e veta o aumento real para os aposentados em 2012. Ao sancionar a Lei de Diretrizes
Orçamentárias (LDO) de 2012, a presidente vetou o artigo que assegurava ganho real para as aposentadorias superiores a um
salário mínimo – hoje, em R$ 545.
A emenda previa que seriam quase 10 milhões de aposentadorias e pensões a receber o aumento. O percentual que
seria pago ainda não estava definido mas, pelo acordo, haveria aumento real.
A presidente disse que vetou porque os recursos que seriam gastos ainda não estavam definidos. Mas ela sabia que
não estavam, porque seriam definidos em reunião entre governo, centrais sindicais e representantes de aposentados. Uma
desculpa esfarrapada, para atender os interesses dos banqueiros internacionais.
Dilma continua cortando os gastos com despesas sociais, enquanto para os empresários, banqueiros e empreiteiros a
torneira continua aberta. Para conseguir isso, ela precisa retirar dinheiro de algum lugar. Logo, retira dos trabalhadores!
Após cortar R$ 50 bilhões do orçamento, no início do ano, a presidente já deu R$ 144 bilhões para banqueiros e
empresários “enfrentarem” a crise. Recentemente, foram R$ 40 bilhões para as empreiteiras, corruptas, fazerem a festa com
as obras da Copa e das Olimpíadas. Agora, mais R$ 25 bilhões do “Brasil Maior” para setores de software e outros que serão
beneficiados por meio de isenção de impostos.
São cerca de 10 milhões de aposentados e pensionistas que ganham acima do piso e não têm ganho real significativo
nos benefícios desde 1997. São mais de 13 anos.
O presidente da COBAP (Confederação Nacional dos Aposentados e Pensionistas), Warley Martins, classificou de
“traidora” a medida da presidente.
O próprio senador Paulo Paim (PT-RS) foi obrigado a dizer ontem que “o veto foi desnecessário”, pois, segundo ele, só
incentivaria a mobilização dos aposentados pelo país.
Nós, da CSP-Conlutas, compartilhamos a indignação da COBAP e defendemos a unidade de trabalhadores,
aposentados e estudantes em uma grande luta contra esse governo e em defesa da previdência pública, pelo fim do fator
previdenciário e por aumento real, geral e igual para todas as aposentadoria e pensões.
Novo golpe: impedir que os trabalhadores se aposentem - Ontem o golpe foi nos aposentados. O próximo, defende a
presidenta, será contra os trabalhadores da ativa. A mídia já começou a anunciar que a Previdência está estudando novas
alterações no cálculo da aposentadoria para substituir o fator previdenciário. Se o fator, criado em 1999, já impunha o
adiamento da aposentadoria, agora será ainda pior.
Uma das possibilidades apontadas pelo governo é o aumento em sete anos do tempo de contribuição para requerer a
aposentadoria. A proposta é elevar esse período dos atuais 35 para 42 anos, no caso dos homens, e de 30 para 37, para as
mulheres.
Como se já não bastasse essa afronta, ainda querem aumentar a idade mínima para que o trabalhador se aposente. A
proposta é que as aposentadorias só sejam concedidas para mulheres após os 63 anos de idade e para os homens, após os
65, sem falar da farsa defendida pela CUT, Força Sindical e outras centrais governistas, o tal fator 85/95 que dá aposentadoria
integral apenas quando a soma do tempo de contribuição e da idade der 85, para mulheres, ou 95, para homens.
Ir para as ruas – A única saída aos aposentados contra esse ataque do governo é resistir. O primeiro passo é
participar da Jornada Nacional de Lutas, que acontece de 17 a 26 de agosto. Vamos para as ruas! Os aposentados não podem
continuar com míseras aposentadorias enquanto empresários, empreiteiros e banqueiros recebem tubos de dinheiro público.
É hora de fortalecer a manifestação do dia 24 em Brasília e gritar: “Dilma, traição não. Queremos o aumento real para
todos os aposentados”. “Se o Brasil cresceu, eu quero o que é meu!” Essa luta é de todos nós

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