Karol Assunção
Jornalista da Adital
Adital
"O racismo está aqui. Vamos combatê-lo”. É com esse lema que integrantes do movimento negro do estado de São Paulo (SP) realizam, nesta semana, ações contra o racismo. A primeira atividade está agendada para esta quinta-feira (9) nas escadarias do Teatro Municipal (Praça Ramos de Azevedo – Centro). A segunda será uma marcha, programada para ocorrer no sábado (11) com concentração na praça da estação do metrô de Santa Cecília.
Douglas Belchior, integrante do Conselho Geral da União de Núcleos de Educação Popular para Negras/os e Classe Trabalhadora (Uneafro), explica que as manifestações "são contra os acontecimentos de racismo nos espaços públicos e privados de São Paulo”.
Em muitos casos, as vítimas são jovens. "Crianças, adolescentes e jovens têm sido sistematicamente alvo desse racismo”, comenta o membro da Uneafro, lembrando que as manifestações também irão denunciar o "genocídio da juventude negra”.
Em um manifesto de convocação para o ato, as organizações negras citam alguns casos de racismo contra jovens negros nos últimos meses em São Paulo. Um exemplo foi o ocorrido em dezembro passado com uma jovem de 19 anos, estagiária de um colégio particular. De acordo com o manifesto, a chefe da jovem "exigiu que ela alisasse o cabelo para permanecer no emprego”.
"Já no início do ano, soubemos da lamentável história do jovem negro Michel Silveira, que foi preso de forma irregular, ficando dois meses encarcerado, acusado injustamente por um assalto, apesar de várias testemunhas comprovarem que, na hora do roubo, ele estava no seu local de trabalho”, acrescenta o texto.
As ações, organizadas pelo Comitê contra o Genocídio da População Negra-SP, ainda repudiarão os atos de repressão e violência praticados pela polícia na Cracolândia e em Pinheirinho, locais onde, segundo Douglas, a "maioria da população é negra”.
Violência contra população negra
Dados do Mapa da Violência 2012: Os novos padrões da violência homicida no Brasil, realizado pelo Instituto Sangari, mostram um aumento no número de homicídios cujas vítimas são pessoas negras. De acordo com a pesquisa, "a tendência geral desde 2002 é: queda no número absoluto de homicídios na população branca e de aumento nos número da população negra”.
Segundo o estudo, entre os anos de 2002 e 2010, o número de vítimas brancas caiu de 18.852 para 13.668. Já entre os negros, no mesmo período, a cifra pulou de 26.952 para 33.264 vítimas.
Programação
As organizações integrantes do movimento negro programam atividades contra o racismo nesta semana. Na quinta-feira (9), as ações ocorrerão nas escadarias do Teatro Municipal, a partir das 12h, com apresentações de grupos culturais. Um ato público está marcado para ocorrer às 18h no local.
No sábado (11), os/as manifestantes se concentrarão às 14h na praça da estação de metrô de Santa Cecília para a Marcha "O racismo está aqui! Basta!”. Douglas Belchior, integrante da Uneafro, afirma que a expectativa é que a atividade reúna cerca de 1.000 pessoas para denunciar a violência praticada pelo Estado. "A ideia é mostrar que as ações [violentas] do Estado não é algo natural”, ressalta.
As atividades contra o racismo prosseguirão nos próximos meses e também acontecerão em outros estados. De acordo com Douglas, os movimentos de São Paulo também acompanham as lutas das organizações de outros estados. "A ideia é construir uma frente nacional [contra o racismo]”, comenta.
O manifesto completo e mais informações sobre as atividades estão disponíveis em:www.contraogenocidio.blogspot.com e www.uneafrobrasil.org
Douglas Belchior, integrante do Conselho Geral da União de Núcleos de Educação Popular para Negras/os e Classe Trabalhadora (Uneafro), explica que as manifestações "são contra os acontecimentos de racismo nos espaços públicos e privados de São Paulo”.
Em muitos casos, as vítimas são jovens. "Crianças, adolescentes e jovens têm sido sistematicamente alvo desse racismo”, comenta o membro da Uneafro, lembrando que as manifestações também irão denunciar o "genocídio da juventude negra”.
Em um manifesto de convocação para o ato, as organizações negras citam alguns casos de racismo contra jovens negros nos últimos meses em São Paulo. Um exemplo foi o ocorrido em dezembro passado com uma jovem de 19 anos, estagiária de um colégio particular. De acordo com o manifesto, a chefe da jovem "exigiu que ela alisasse o cabelo para permanecer no emprego”.
"Já no início do ano, soubemos da lamentável história do jovem negro Michel Silveira, que foi preso de forma irregular, ficando dois meses encarcerado, acusado injustamente por um assalto, apesar de várias testemunhas comprovarem que, na hora do roubo, ele estava no seu local de trabalho”, acrescenta o texto.
As ações, organizadas pelo Comitê contra o Genocídio da População Negra-SP, ainda repudiarão os atos de repressão e violência praticados pela polícia na Cracolândia e em Pinheirinho, locais onde, segundo Douglas, a "maioria da população é negra”.
Violência contra população negra
Dados do Mapa da Violência 2012: Os novos padrões da violência homicida no Brasil, realizado pelo Instituto Sangari, mostram um aumento no número de homicídios cujas vítimas são pessoas negras. De acordo com a pesquisa, "a tendência geral desde 2002 é: queda no número absoluto de homicídios na população branca e de aumento nos número da população negra”.
Segundo o estudo, entre os anos de 2002 e 2010, o número de vítimas brancas caiu de 18.852 para 13.668. Já entre os negros, no mesmo período, a cifra pulou de 26.952 para 33.264 vítimas.
Programação
As organizações integrantes do movimento negro programam atividades contra o racismo nesta semana. Na quinta-feira (9), as ações ocorrerão nas escadarias do Teatro Municipal, a partir das 12h, com apresentações de grupos culturais. Um ato público está marcado para ocorrer às 18h no local.
No sábado (11), os/as manifestantes se concentrarão às 14h na praça da estação de metrô de Santa Cecília para a Marcha "O racismo está aqui! Basta!”. Douglas Belchior, integrante da Uneafro, afirma que a expectativa é que a atividade reúna cerca de 1.000 pessoas para denunciar a violência praticada pelo Estado. "A ideia é mostrar que as ações [violentas] do Estado não é algo natural”, ressalta.
As atividades contra o racismo prosseguirão nos próximos meses e também acontecerão em outros estados. De acordo com Douglas, os movimentos de São Paulo também acompanham as lutas das organizações de outros estados. "A ideia é construir uma frente nacional [contra o racismo]”, comenta.
O manifesto completo e mais informações sobre as atividades estão disponíveis em:www.contraogenocidio.blogspot.com e www.uneafrobrasil.org
Nenhum comentário:
Postar um comentário