domingo, 23 de setembro de 2012

VALE QUANTO PESA: O PROFESSOR NA UVA‏

O processo de avaliação docente imposto pela Reitoria da UVA é da mesma índole das avaliações institucionais impostas pelo Governo.
Para os estudantes um provão único para avaliar diferentes perfis e realidades estudantis. Para os professores a prova dos “quantos”. Quantos isso e aquilo!
Qual fórmula única ou sistema exclusivo de parâmetros consegue medir a qualidade das mais diversas produções que são desenvolvidas nas diversas áreas de conhecimento? Ou que consegue avaliar a qualidade do processo de aprendizagem, considerando as diferentes metodologias e objetivos específicos de cada formação profissional? Ou mesmo, que consiga captar a subjetividade dos múltiplos níveis de compromisso, de perspectiva, de ritmo de produção, de satisfação, de angústia e de frustração do professor? É o que muitos se perguntam.
Assim como as universidades são diferentes não pelo “quanto elas valem”, os professores também não. Ter níveis quantitativos diferentes de “avaliação” ou “produção”, maior ou menor, não significa superioridade ou inferioridade. Pode significar, simplesmente, NADA, visto que toda significação só se valida num contexto teórico-metodológico, técnico, histórico, sociocultural e político específicos.
É consenso nos meios acadêmicos respeitáveis, que toda avaliação docente deve fazer parte de um projeto institucional participativo, onde os objetivos, procedimentos, técnicas, critérios e parâmetros, são cientifica e politicamente explicitados/justificados.
Toda avaliação num contexto escolar/universitário, seja voltada ao processo ensino-aprendizagem, ao docente ou à própria instituição, deve ser qualitativa e contínua, visando levantar dados e informações para subsidiar as ações pedagógicas, administrativas e políticas, ou seja, deve ser concebida como um diagnóstico, como um processo investigativo e que, como tal, tem que ser contextual.
A avaliação classificatória e rankeadora, executada e publicada pela Reitoria, reforça o caráter arbitrário e autoritário dessa ilegítima administração, pois não se valida técnico-cientificamente, gera ambiente de exclusão e favorece o assédio moral.
  • Alguém tem conhecimento dos fins dessa “avaliação” docente?
  •  Os coordenadores e colegiados foram inteirados do processo e de suas possibilidades?
  • Como e em qual base teórico-metodológica foram criados e adotados os critérios e parâmetros para a elaboração do conteúdo e do procedimento de aplicação dos questionários?
  • Como ocorreu a sistematização e transposição dos resultados em índices quantificáveis de enquadramento classificatório do professor? Ou melhor, uma avaliação, que se diz qualitativa, pode ser plenamente traduzida e reduzida ao resultado final de um índice estatístico?
  • O que quer dizer, 4.51 ou 2.58, por exemplo? Faz-se o quê com isso? 
  • Foram considerados o número de disciplinas por professor e a quantidade de alunos por turma?
  • Por que as condições de trabalho e as demais atividades docentes não foram consideradas?
  • Responder um questionário em situação compulsória, sem a explanação prévia dos objetivos e da importância, em condição secundária, como uma simples etapa antecedente, a ser eliminada, antes da execução da matrícula do aluno, em que estudante só teria acesso ao portal de matrículas após responder todo o questionário, é o processo mais adequado e a condição mais propícia para gerar resultado revelador da “qualidade docente”?
  •  Classificar/rankear é imprescindível? Por que não, apenas a avaliação sem a rotulação de “o melhor” e o “pior” do curso, do centro, da universidade?
  • Quem e o que se ganha com esse ranking?
  • “Cartinhas” parabenizando “os melhores” foram emitidas! E os “piores”, por acaso, receberão, carta de demissão, como ocorre nas IES privadas?!
  • Vai ter, nos mesmos termos, avaliação dos administradores da UVA?
  • O magnífico Reitor da UVA foi “eleito” mais uma vez, o melhor reitor do Ceará! Quem votou? Vocês? Nós?
  • E realmente, temos que concordar que, dentre os Reitores das IES Públicas, ele é quem melhor cumpre seu papel de porta-voz do Governo do Estado e dos empresários da educação!
  • Gostaríamos que essa eleição ocorresse aqui na UVA! Qual seria o ranking do magnífico Reitor?

Não nos estarrecemos com mais essa prova de mediocridade acadêmica e muito menos ficamos surpresos, afinal esse ranking foi anunciado, pelo Reitor, com tom de ameaça, em audiência com o SINDIUVA no final do ano passado, na sala do CONSUNI.
Porém, não podemos negar que ficamos entristecidos e, até, angustiados, pois o “Rei está Nu” e poucos se escandalizam, ou será melhor dizer, que cada corte tem o bobo que lhe apraz.

FORA COLAÇO! ELEIÇÃO PARA REITOR JÁ!
CONCURSO PÚBLICO PARA PROFESSOR E FUNCIONÁRIO EFETIVOS!
PELA REFORMA POLÍTICA, JURÍDICA E ADMINISTRATIVA DA UVA!
CONTRA O AUTORITARISMO POLÍTICO E ADMINISTRATIVO DA REITORIA!

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