O “AMIGO” DA
UNIVERSIDADE E A IMPLANTAÇÃO DO VOLUNTARIADO NA EDUCAÇÃO SUPERIOR
No
dia 30 de março de 2012, segundo o site da própria UVA, na reunião do Conselho
Universitário (CONSUNI), a reitoria da
UVA tirou da manga mais uma peça de sua política neoliberal de desvalorização e
desqualificação da nossa instituição — o professor voluntário!!!
A instituição da
figura do professor voluntário, assim como a do professor colaborador, visa a
precarização do trabalho docente, a fragilização da luta docente por concurso
público para professor efetivo e o aligeiramento do ensino superior. Como sabemos, a precarização do
trabalho docente se efetiva mediante diversas formas: jornada de trabalho
ampliada, perda de autonomia intelectual, baixos salários, contratos
temporários, dentre outras.
Em
nosso entendimento, a implantação do
professor voluntário não tem nenhuma justificativa pedagógica, acadêmica ou
científica. Sua existência tem a ver com o arrocho fiscal, com a política
deliberada de não realização de concurso público e destruição dos serviços
públicos. Essa política, além de nefasta, é de uma crueldade sem par, pois
os nossos jovens são oriundos de famílias de baixa renda e precisam de um
ensino de qualidade para prepará-los condignamente para a vida profissional e
para inseri-los na vida social e política do estado e do país.
O
professor voluntário é a retomada do discurso apresentado de forma midiática —
o “amigo” da escola, o voluntariado — agora, na educação superior. Tal discurso
e prática prestam um desserviço à comunidade acadêmica, pois joga água no
moinho do processo, já avançado de privatização da instituição.
A reitoria atual é
a vanguarda do atraso, pois não tem em seu horizonte político a defesa do
patrimônio cultural da região norte do Ceará materializado na Universidade
Estadual Vale do Acaraú
e nem a elevação do patamar cultural dos jovens da referida região. Isso fica
evidente com o descalabro já causado à instituição pela privataria tucana (mudança do regime jurídico da UVA para fundação
pública de direito privado em 1993, ausência de um prédio próprio da
instituição transferindo milhares de reais por mês para o clero, nomeação de
reitor por meio de processo absolutamente antidemocrático, professor
colaborador, etc).
Nesse
contexto, impõe-se como tarefa a
refundação da UVA, sob bases públicas, e a ação da comunidade universitária em
tomar para si o destino da instituição. A história nos ensina que é
possível, pois, lembremos que, em pleno 1918, em Córdoba, na Argentina, os
estudantes redefiniram o destino da Universidade de Córdoba ao se levantar
contra as oligarquias, o clero e a burocracia universitária e exigir governo
tripartite (alunos, professores e funcionários), ensino público, laico e
democrático. Esse movimento ficou conhecido como reforma de Córdoba e se espraiou pela América Latina e pelo mundo
chegando a influenciar alguns dirigentes do maio de 1968, na França.
Os problemas da UVA
são decorrentes da falta de autonomia universitária (de gestão financeira,
didático-pedagógica) e de gestão democrática. Só a nossa luta poderá refundar a UVA pública e o
SINDIUVA, assim como o DCE, estão desfraldando a bandeira da Estatuinte, ponto
de partida desse processo.
No
dia 25 de abril, no Auditório do CCH, às 19 horas, estaremos deflagrando a Campanha
pela Estatuinte com a palestra do professor Cesar Minto, (Prof. da
USP e da Diretoria do Andes), e sua presença é fundamental pois como diz Bertold
Brecht:
Quem for derrubado, que se
levante!
Quem estiver perdido, lute!
Pois os vencidos de hoje são os vencedores de
amanhã
E o nunca se faz: Hoje ainda!
Estatuinte
Já! Concurso Público para Professor Efetivo! Assistência Estudantil! Eleições
Diretas e Paritárias para Reitor e demais órgãos diretivos! Autonomia e
Democracia Universitárias!
SINDIUVA
DCE
Nenhum comentário:
Postar um comentário