quinta-feira, 30 de junho de 2011

O que é ENADE? Esse tal exame "DEMOCRATICO"! :(

BOM DIA,


Como todos já sabem os alunos da  pedagogia  farão o ENADE (alunos do 8º período),  muitos não sabem o que é e para que serve o exame, ou seja, irão fazer por obrigação. Mediante isso o C.A de Pedagogia, traz algumas informações.


ENADE, O QUE É?


O Exame Nacional de Desempenho de Estudantes (Enade) avalia o rendimento dos alunos dos cursos de graduação, ingressantes e concluintes, em relação aos conteúdos programáticos dos cursos em que estão matriculados. O exame é obrigatório para os alunos selecionados e condição indispensável para a emissão do histórico escolar. A primeira aplicação ocorreu em 2004 e a periodicidade máxima com que cada área do conhecimento é avaliada é trienal.

FONTE: http://portal.mec.gov.br/index.php?Itemid=313&id=181&option=com_content&view=article 

Como tudo o que o governo cria, tem por de trás algo como o ENEM, PROUNI E REUNI, com o ENADE não seria diferente, o movimenro estudantil de varias parte do país mostra-se contra a esse tipo de avaliação.




DEZ PERGUNTAS E RESPOSTAS SOBRE O ENADE!


1- O que exatamente e este tal de ENADE?
O ENADE é uma avaliação feita pelo governo federal que teoricamente tem por objetivo medir a qualidade das instituições de ensino. Ele consiste em uma prova que é aplicada a alguns estudantes selecionados por amostragem. As instituições são avaliadas segundo o desempenho que seus estudantes tiraram nesta prova.

2- Não me parece ser uma coisa tão ruim assim. Por quê afinal tanta gente e contra o ENADE?
Por que o ENADE não cumpre o seu papel de avaliação e tem uma série de fatores que podem vir a causar vários problemas em longo prazo. Para começar, ele não faz nenhuma distinção entre universidades públicas, particulares e centros universitários. A forma de avaliação e exatamente a mesma, e isso leva _a uma série de distorções no resultado. Universidades particulares são empresas e enxergam no ENADE uma forma conseguir publicidade e lucro. Por isso, muitas preparam os estudantes dando aulas especiais e fornecendo cursinhos para todos
aqueles que foram selecionados para a prova. Existem até mesmo casos de universidades particulares que fornecem os mais variados prêmios para os estudantes que tirarem a maior nota no ENADE. Há de se convir que tudo isso acaba completamente com o objetivo de avaliar a instituição. Universidades públicas, por outro lado, tiram sua renda de recursos públicos e não podem gastar tais recursos com prêmios e cursinhos. Além disso, o ENADE ignora completamente o papel que instituições publicas desempenham ao investirem em pesquisa e extensão, estimulando somente o desenvolvimento do ensino.

3- Hmmm... Sim, podem até haver distorções nos resultados por causa disso. Mas isso
realmente traz algum tipo de problema na prática?
Sim. O repasse de dinheiro do governo para universidades públicas e proporcionais ao seu desempenho no ENADE. Aquelas que forem avaliadas positivamente receberão mais verbas do que aquelas que forem avaliadas negativamente. Além disso, existe a possibilidade de que instituições que vão muito ruins sejam fechadas.
 

4- Mas isso é bom! Punir instituições ruins incentiva as universidades a melhorarem. Não é?

Na prática não pelo menos em uma boa parte dos casos. Quando falamos em instituições públicas, falamos em universidades que não tem objetivo de obter lucros. Elas existem desempenhando uma função social. Muitas vezes, quando elas têm um desempenho ruim ao serem avaliadas, os motivos são justamente o baixo investimento dado pelo próprio governo que não permitem uma infra-estrutura adequada. Punir estas universidades retirando verbas delas _e absurdo, podendo fazer com que elas quem cada vez piores com o tempo. Enquanto isso, as instituições que tiverem desempenhos melhores, acabarão ficando com mais verbas
e tenderão a ficar melhores. O efeito disso e a construção de uma desigualdade perversa entre instituições de diferentes regiões.

5- Realmente isso é ruim. Mas o ENADE ao menos permite que se faça uma avaliação. Avaliar as instituições de ensino é necessário, não é?
Com certeza. Mas o ENADE falha catastroficamente nisso. Ele e apenas uma prova com 40 questões que ignora completamente uma quantidade enorme de informações sobre as instituições. Muitos cursos ao longo dos anos vêm reclamando da qualidade das questões e conhecimentos cobrados no ENADE. Existem casos de cursos completamente diferentes que acabam fazendo a mesma prova (matemática e matemática industrial, várias engenharias,...).
E por ser uma única prova unificada, diferenças regionais são desprezadas, algo muito ruim para um país de dimensões continentais como o Brasil. Porém, o ENADE não traz qualquer tipo de informação sobre quais são os principais problemas de uma instituição. Ele é apenas um conceito entre "A" e "E" que rankeia as instituições, sem trazer nada propositivo. Tudo o que traz é punição para aqueles que forem mal, sem ajudar a melhorar.


6- OK, o ENADE é ruim. Mas é tudo o que temos. Existe alguma proposta melhor para
avaliar o ensino superior?
Sim. Vários outros órgãos e instituições já apresentaram sugestões e alternativas. É o caso da ENECOS (Executiva Nacional de Estudantes de Comunicação Social) e do ANDES (Associação Nacional de Docentes de Ensino Superior). As sugestões  até agora vem sendo ignoradas pelo governo. Uma avaliação de verdade só pode ocorrer com a participação das pessoas que compõe a universidade e a comunidade local. E essencial lutar para que hajam mecanismos democráticos e transparentes que forneçam uma avaliação interna e externa das instituições. Uma avaliação assim não pode surgir através de imposição, sem levar em conta a opinião da comunidade acadêmica e da sociedade.

7- Mas se eu boicotar, a minha nota não pode ser divulgada ou aparecer no meu histórico
Escolar? Isso seria ruim para mim.
Não, as notas dos estudantes que fazem o ENADE não são divulgadas. É contra a Lei número 10.861/04.

8- Se eu boicotar, a universidade pode reter o meu diploma?
Não. A mesma lei impede isso. Entretanto, seu diploma pode ser retido se você não comparecer para fazer a prova. Por causa disso, _e importante que você compareça no local da prova no horário certo. Por isso, mesmo que você boicote não se esqueça de aparecer no local da prova.

9- Se os estudantes boicotarem, a minha universidade não pode ser punida?
A nota no ENADE, por si só, não é o bastante para punir uma universidade. Existem outros indicadores a serem usados, previstos no SINAES. Além disso, alegar que os estudantes boicotaram a prova tem sido uma justificativa aceita para evitar punições a instituições.

10- Certo, como eu faço então para boicotar o ENADE?
É simples. Caso você tenha sido convocado ao ENADE, compareça pontualmente no local da prova, assine a lista de presença e entregue a prova em branco ou com um adesivo da campanha de boicote. Se quiser ajudar mais, converse com as pessoas que você conhece e ajude a passar a informação adiante. O boicote já se mostrou efetivo no passado ao provocar a extinção do Provão em 2003. O que temos a fazer é repetir o sucesso da campanha boicotando o ENADE tal qual o Provão.


Críticas dos estudantes!

O movimento estudantil faz muitas críticas ao Enade e todo o ano pauta a questão do boicote. Na cartilha, preparada em 2008 pelo Fenex (Fórum Nacional de Executivas e Federações de Curso), os estudantes criticam o fato de o exame ranquear as escolas, dando mais verbas para as que vão melhor. Os alunos com melhor desempenho no Enade também são premiados com bolsas de estudo (Lei 10.861, Art. 5, §8º e 10º). O exame além de avaliar individualmente cada estudante, reforça e acirra a competitividade entre estes e enfraquece propositalmente os movimentos contra-hegemônicos de boicote.
Outra crítica é contra o próprio exame, o texto da cartilha diz "O Enade é uma prova de fase única, nacional e ineficaz enquanto instrumento avaliativo."
As punições para a universidade que tiver um mau desempenho no Enade são cada vez maiores, provando assim que o movimento do boicote ao exame tem muita força.



Desmistificando o ENADE





1. O ENADE é um instrumento de avaliação do “desempenho” dos estudantes. Ocorre que os estudantes são avaliados periodicamente, ao longo de seu curso, através de provas, dissertações, trabalhos, etc. O poder público deveria procurar diagnosticar se os estudantes estão sendo avaliados adequadamente no decorrer de seu curso. Para tanto, deveria haver comissões internas de avaliação de curso, com a participação dos estudantes, para, entre outros pontos, avaliar a organização político-pedagógica do curso, no qual se inclui as formas de avaliação aplicadas nas disciplinas. No entanto, desconsidera-se isso e, em seu lugar, utiliza-se o ENADE, uma prova que nem de longe contempla o conteúdo curricular do curso.
 
Ninguém é contra avaliação interna dos cursos, ninguém “desconsidera isso”. É algo importante, todo curso deveria possuir uma comissão, sim. Mas este NÃO é o objetivo do Enade. Ao contrário, o Enade quer ser uma avaliação externa. Imagine quantos milhões de reais partem, a cada ano, do Ministério da Educação para as universidades públicas e privadas. A avaliação é só uma das etapas da gestão da política educacional. É curioso ver pessoas que, embora defendam a educação universal e de qualidade, são contras a gestão eficiente da mesma.

2. Além de ter a absurda pretensão de avaliar o “desempenho” dos estudantes – como se fosse possível uma prova aplicada no final do curso refletir o conjunto de avaliações pelas quais os estudantes passaram ao longo de 5 anos – o ENADE é uma prova padrão nacional. Ou seja, o poder público desconsidera completamente o fato de o Brasil ser um país de dimensão continental, com uma diversidade social, econômica e cultural enorme, e que a organização pedagógica dos cursos superiores no Brasil é – é deve ser – influenciada de maneira determinante por essa diversidade.
Qual o problema de ser uma prova padrão? Existem diretrizes básicas para todos os cursos de ensino superior do Brasil. Existem metas de aprendizado para os alunos se formarem. A prova deve ser padronizada justamente para medir as deficiências de alguns cursos. É evidente que cada região possui particularidades sócio-culturais. Mas, pelo amor de Deus, isso não tem nada a ver com o exame. Em nenhum curso os alunos aprendem exclusivamente tópicos locais. Sinceramente, no geral este é um argumento válido. Existem problemas pontuais com as provas. Por exemplo, um aluno de Administração Pública deveria ter uma prova específica para o seu curso, enquanto atualmente faz a prova no mesmo barco da Administração (empresarial). Esses problemas precisam ser corrigidos, é fato.

3. Cada curso avaliado no ENADE recebe um conceito, em uma escala com 5 níveis (A, B, C, D e E). Forma-se então um ranking, amplamente divulgado pelos veículos de comunicação. Além do fato de só ser divulgado o resultado do ENADE, boicotando os resultados dos outros instrumentos de avaliação, o “ranqueamento” dos cursos avaliados induz a competição irracional na educação. Trata-se de uma política produtivista que obedece à lógica, já desmentida, de que “o mercado se auto-regula e a auto-regulação do mercado garante a qualidade dos serviços”. A conseqüência dessa política é exclusivamente a legitimação de cursos de má-qualidade, que estampam a nota “A” em suas peças publicitárias, enquanto no mundo real as condições de ensino continuam precárias, isso quando não pioram.

Eita, que confusão! Em primeiro lugar, ranquamento dos cursos deveria ser incentivado, porque gera uma concorrência saudável por melhores níveis educacionais. Se o mercado auto-regulasse a qualidade dos cursos, não seria necessário o Enade. Se acontecesse essa auto-regulação, o próprio mercado avaliaria os cursos e selecionaria os profissionais dos melhores, tendo como conseqüência o abandono dos piores. Não é o caso. E existe uma diversidade de motivos para isto. Primeiro, muitos cursos interessam pouco ao mercado – as humanidades, por exemplo. Segundo, nem sempre as empresas estão próximas da universidade ao ponto de conseguir avaliar a qualidade de seus cursos. No fim das contas, o ranqueamento dos cursos acaba sendo vantajoso para os vestibulandos, que possuem alguma informação na caótica e delicada tomada de decisão de ingressar numa carreira. Isto acontece em qualquer país decente neste planeta. Nos EUA, além do próprio governo, existem diversas avaliações privadas advindas de revistas, institutos.

4. Com o ENADE mais recursos são direcionados para os chamados “centros de excelência” – cujos cursos supostamente têm melhor desempenho com o ENADE – e menos recursos para as demais universidades públicas – com pior desempenho. A lógica punitiva inerente nesta política é burra, ainda mais quando se leva em conta que os cursos com pior desempenho o tiveram não porque seus estudantes são menos inteligentes, mas por conta da precariedade das condições de ensino. Portanto, o propósito é punir com menos recursos justamente aquelas universidades que mais precisam de recursos para garantir ensino de boa qualidade para os estudantes.
Ainda que seja estratégico para o País haver núcleos de excelência em pesquisas, não é isso que ocorre. O governo federal – evidentemente – só decide sobre os recursos das universidades federais. Logo, ficam de fora desse suposto controle as universidades públicas estaduais e municipais, além das privadas, das fundações, dos institutos de pesquisa etc. E mesmo nas universidades federais isso, ainda que fosse muito desejável, não ocorre. Grande parte dos recursos destinados ao ensino superior é verba carimbada para a folha de pagamento de professores e funcionários. O governo federal faz repasses mensais na cotação orçamentária de cada universidade, e a própria universidade distribui os recursos entre os centros e departamentos. Portanto, o argumento quatro não passa de um mito.

5. Como se não bastasse tudo isso, muitas universidades organizam cursinhos gratuitos pré- ENADE para seus estudantes, muitas vezes coagindo-os a comparecer às aulas no cursinho. Ou seja, se os cursos oferecem um ensino de boa qualidade, o qual compreende de forma adequada as diretrizes curriculares e as demandas da região ou do local onde o curso é oferecido, por que motivo patrocinar cursinhos? As universidades só gastam dinheiro com cursinhos porque o curso não oferece as bases sequer para o estudante fazer o ENADE, caso contrário elas não o ofereceriam.

  FONTE: http://ldamasio.wordpress.com/2008/11/08/desmistificando-o-enade/


Postado por: Marcos Adriano
presidente do CAPED

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