Um levantamento promovido pelo movimento Todos pela Educação revela que 51,54% dos jovens brasileiros com 14 anos já atingiram a escolaridade das mães. A pesquisa foi realizada com apoio da Fundação de Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe) a partir dos dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) de 2009.
Priscila Cruz, diretora-executiva do Todos pela Educação, destaca que o levantamento mostra, de outra forma, que a escolaridade média brasileira está aumentando. De acordo com ela, o país vive agora uma nova realidade no campo educacional. "Nos anos 1950, 25% das crianças estavam na escola. Na década de 1970, cerca de 50%. Hoje, temos 98% das crianças na escola”, comenta.
Para Priscila, o fato de mais da metade dos jovens de 14 anos já terem a escolaridade das mães é um reflexo do aumento da média de escolaridade do brasileiro. Segundo o levantamento, dos 51,54% dos adolescentes que atingiram a escolaridade da mãe, 71% estavam, em 2009, em uma das três últimas séries do Ensino Fundamental e 9,5% já estavam no Ensino Médio.
A diretora-executiva do movimento Todos pela Educação ressalta dois pontos a partir desses dados. "Primeiro podemos considerar um excelente resultado. Indica que o Brasil está cumprindo com a meta de colocar crianças de sete a 14 anos na escola”, afirma, lembrando que esse é um passo importante para o país, que também precisa dar atenção a outros aspectos, como educação de qualidade e subsídios para que as crianças aprendam com êxito.
O segundo ponto destacado por Priscila é que muitos pais, mães e responsáveis possuem escolaridade mais baixa do que o filho, o que pode representar uma dificuldade de acompanhar a criança e o adolescente na escola. "Vale lembrar que mais [importante] do que saber do conteúdo é ter a educação como um valor da família”, comenta.
Priscila explica que mesmo com baixa escolaridade, o pai e a mãe podem sim ajudar na educação dos filhos. Muitas vezes através de atitudes simples, como valorizar o esforço da criança e do adolescente nos estudos, estimular o/a estudante a respeitar o/a professor e a cuidar do material didático, participar de reuniões de pais e professores, e verificar se o/a filho/a não falta aula à toa.
"Pais com baixa escolaridade se sentem mais acuados em estabelecer relação com a escola, em falar com diretor ou professor, mas isso não é impedimento. Tanto que existem mães com escolaridade baixa que leva e pega o filho na escola, conversa com professor”, afirma.
Ao mesmo tempo, Priscila também aponta a importância da escola na relação com a família do estudante. "A escola precisa ser acolhedora, respeitar o cotidiano dos pais, respeitar o tempo e o espaço da família”, enumera.
Saiba mais sobre o levantamento em: http://www.todospelaeducacao.org.br/
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