quinta-feira, 29 de dezembro de 2011

ATENÇÃO MUDANÇA DE DATA DO ENCONTRO ESTADUAL DOS ESTUDANTES DE PEDAGOGIA-EEEPe

ATENÇÃO PEDAGOG@S DE TODO O CEARÁ, 

O 31º ENCONTRO ESTADUAL DOS ESTUDANTES DE PEDAGOGIA QUE TINHA DATA PREVISTA PARA ACONTECER DE 06 A 08 DE JUNHO DE 2012, TEVE SUA DATA ALTERADA PARA 13,14 E 15 DE JUNHO DE 2012. 
A MUDANÇA DEVE-SE AO FERIADO QUE TEREMOS NO DIA 07 DE JUNHO DIA DE CORPUS CHRISTI E AO RECESSO ACADÊMICO DA UVA NO DIA 08.



Evasão nos Cursos de Pedagogia preocupa o MEC

SÃO PAULO - O Brasil terá de correr contra o tempo para conseguir atingir a meta de zerar o déficit de professores no país em 2020. De 2005 a 2009, o país até conseguiu atrair mais alunos para os cursos de Pedagogia e formação de professor de educação básica, mas mais da metade das turmas desistiram antes do fim do curso.


O problema, dizem os especialistas, é a falta de valorização do professor. O salário — o piso nacional é de R$ 1.187,14 — equivale em média a 60% do que ganha outro profissional do mesmo nível no mercado. Segundo dados do Conselho Nacional de Educação, com base em números do IBGE, enquanto o salário de um professor no Distrito Federal fica em média em R$ 3.472, outros profissionais com formação similar ganham 28% a mais. Em Pernambuco, a diferença é de 48%.
— É um grande desafio, mas estou confiante que podemos alcançar a meta até mesmo antes de 2020 — afirma Luiz Cláudio Costa, secretário de Educação Superior do Ministério da Educação (MEC).
Segundo dados do MEC, em 2005 o país tinha 440.279 matriculados em cursos de Pedagogia ou licenciatura. Quatro anos depois, 118.376 se formaram e nada menos do que 55,36% deles (65.534) em cursos à distância. Na avaliação de Costa, a maioria das pessoas que procura pelos cursos à distância já dava aula, mas não tinha concluído curso algum ou lecionava em disciplina diferente da qual tinha se formado.
O número de estudantes que concluiu os cursos presenciais de pedagogia ou de formação de professor de educação básica está em queda. Em 2005, 103.626 se formaram. Em 2007, 79.196. Em 2009, foram 52.842.
Segundo dados do Boletim da Educação no Brasil, publicado pela Fundação Lemann em 2009, boa parte dos estudantes que decidem seguir a carreira tem educação básica fraca. "... Os dados do Enem mostram que 30% dos que ingressam nos cursos de Pedagogia e licenciatura estão entre os piores alunos do ensino médio. Além disso, mesmo entre os graduandos dos cursos de formação docente, 20% afirmam que a carreira de professor é uma segunda opção nos seus planos profissionais", diz o documento.
— O desafio é reduzir a evasão. Pessoas ingressam, mas quando olham a valorização de outros profissionais, mudam de área. O Brasil tem avançado, mas na formação de professores estamos aquém dos planos que temos para o país — diz o secretário.

Evasão nos Cursos de Pedagogia preocupa o MEC

SÃO PAULO - O Brasil terá de correr contra o tempo para conseguir atingir a meta de zerar o déficit de professores no país em 2020. De 2005 a 2009, o país até conseguiu atrair mais alunos para os cursos de Pedagogia e formação de professor de educação básica, mas mais da metade das turmas desistiram antes do fim do curso.


O problema, dizem os especialistas, é a falta de valorização do professor. O salário — o piso nacional é de R$ 1.187,14 — equivale em média a 60% do que ganha outro profissional do mesmo nível no mercado. Segundo dados do Conselho Nacional de Educação, com base em números do IBGE, enquanto o salário de um professor no Distrito Federal fica em média em R$ 3.472, outros profissionais com formação similar ganham 28% a mais. Em Pernambuco, a diferença é de 48%.
— É um grande desafio, mas estou confiante que podemos alcançar a meta até mesmo antes de 2020 — afirma Luiz Cláudio Costa, secretário de Educação Superior do Ministério da Educação (MEC).
Segundo dados do MEC, em 2005 o país tinha 440.279 matriculados em cursos de Pedagogia ou licenciatura. Quatro anos depois, 118.376 se formaram e nada menos do que 55,36% deles (65.534) em cursos à distância. Na avaliação de Costa, a maioria das pessoas que procura pelos cursos à distância já dava aula, mas não tinha concluído curso algum ou lecionava em disciplina diferente da qual tinha se formado.
O número de estudantes que concluiu os cursos presenciais de pedagogia ou de formação de professor de educação básica está em queda. Em 2005, 103.626 se formaram. Em 2007, 79.196. Em 2009, foram 52.842.
Segundo dados do Boletim da Educação no Brasil, publicado pela Fundação Lemann em 2009, boa parte dos estudantes que decidem seguir a carreira tem educação básica fraca. "... Os dados do Enem mostram que 30% dos que ingressam nos cursos de Pedagogia e licenciatura estão entre os piores alunos do ensino médio. Além disso, mesmo entre os graduandos dos cursos de formação docente, 20% afirmam que a carreira de professor é uma segunda opção nos seus planos profissionais", diz o documento.
— O desafio é reduzir a evasão. Pessoas ingressam, mas quando olham a valorização de outros profissionais, mudam de área. O Brasil tem avançado, mas na formação de professores estamos aquém dos planos que temos para o país — diz o secretário.

O professor brasileiro de primário é um dos que mais sofre com os baixos salários.



É o que mostra pesquisa feita em 40 países pela Organização Internacional do Trabalho (OIT) e a Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (Unesco) divulgada ontem, em Genebra, na Suíça. A situação dos brasileiros só não é pior do que a dos professores do Peru e da Indonésia. Um brasileiro em início de carreira, segundo a pesquisa, recebe em média menos de US$ 5 mil por ano para dar aulas. Isso porque o valor foi calculado incluindo os professores da rede privada de ensino, que ganham bem mais do que os professores das escolas públicas. Além disso, o valor foi estipulado antes da recente desvalorização do real diante do dólar. Hoje, esse resultado seria ainda pior, pelo menos em relação à moeda americana. Na Alemanha, um professor com a mesma experiência de um brasileiro, ganha, em média, US$ 30 mil por ano, mais de seis vezes a renda no Brasil. No topo da carreira e após mais de 15 anos de ensino, um professor brasileiro pode chegar a ganhar US$ 10 mil por ano. Em Portugal, o salário anual chega a US$ 50 mil, equivalente aos salários pagos aos suíços. Na Coréia, os professores primários ganham seis vezes o que ganha um brasileiro.Com os baixos salários oferecidos no Brasil, poucos jovens acabam seguindo a carreira. Outro problema é que professores com alto nível de educação acabam deixando a profissão em busca de melhores salários.O estudo mostra que, no País, apenas 21,6% dos professores primários têm diploma universitário, contra 94% no Chile. Nas Filipinas, todos os professores são obrigados a passar por uma universidade antes de dar aulas. A OIT e a Unesco dizem que o Brasil é um dos países com o maior número de alunos por classe, o que prejudica o ensino. Segundo o estudo, existem mais de 29 alunos por professor no Brasil, enquanto na Dinamarca, por exemplo, a relação é de um para dez.Segundo a Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco), o salário médio do docente do ensino fundamental em início de carreira no Brasil é o terceiro mais baixo do mundo, no universo de 38 países desenvolvidos e em desenvolvimento. O salário anual médio de um professor na Indonésia é US$ 1.624, no Peru US$ 4.752 e no Brasil, US$ 4.818, o equivalente a R$ 11 mil. A Argentina, por sua vez, paga US$ 9.857 por ano aos professores, cerca de R$ 22 mil, exatamente o dobro. Por que há tanta diferença? Fonte: Jornal do Commercio, 07/07/2010  


terça-feira, 27 de dezembro de 2011

ATENÇÃO MATRÍCULAS DOS ALUNOS VETERANOS DA UVA!!!

ATENÇÃO PESSOAL,

MATRÍCULAS DOS ALUNOS VETERANOS DA UVA: 16 a 20 DE JANEIRO DE 2012 - - Matrícula dos ALUNOS Veteranos para o SEMESTRE 2012.1.

BAIXEM O CALENDÁRIO ACADÊMICO COMPLETO NO SITE DA UVA NA PARTE SUPERIOR: CALENDÁRIO ACADÊMICO OU NO LINK:

CALENDÁRIO UVA 2012: http://www.4shared.com/office/DwoBPsXA/calendario_UVA.html

quarta-feira, 21 de dezembro de 2011

Avaliação do 31º ENEPe

Pessoal como todos já sabem aconteceu no mês de Julho de 2011 o 31º Encontro Nacional dos Estudantes de Pedagogia - ENEPe, na cidade de João Pessoa -PB, segue abaixo o resultado do encontro: 

Ocorreu entre os dias 17 e 24 de julho na cidade de João Pessoa, Paraíba, o 31º ENEPe (Encontro Nacional de Estudantes de Pedagogia). O encontro teve a Educação Popular como tema e foi marcado por mesas e plenárias lotadas, atos de rua massivos, bem como implosões, golpes e agressão física, dentro e fora da Plenária Final, pelos governistas da UNE (União Nacional dos Estudantes).
A Comissão Organizadora (CO), apesar de ser bem disposta e prestativa, era pequena e inexperiente, o que não chegou a comprometer o Encontro, mas em muitos momentos (mesas, relatorias/Gd's) abriu brechas para o golpismo e o oportunismo dos setores mais podres do movimento estudantil. Mas o ENEPe, no todo, conseguiu se concretizar, contando com mais 1.200 estudantes, o que demonstrou o esforço da CO em organizar um evento de tal porte, apesar dos percalços.
Os Encontros de Área do curso de Pedagogia, apesar de todo o turismo e demais desvios, é comparativamente um dos Encontros de Área mais importantes do movimento estudantil no Brasil, principalmente no que concerne a organização, atividade política e participação no Encontro. A prova disso foi seu vanguardismo em romper com o governismo expresso na UNE, influenciando vários outros cursos que seguiram a orientação correta do ENEPe.
Em defesa de um ENEPe independente do governo
O ENEPe vem sofrendo cada vez mais investidas do governismo por causa de seu expressivo número de participantes, o que possibilita uma boa acumulação de renda e um representativo peso político. O mesmo grupo que propôs em Brasília no ano passado que o ENEPe perdesse sua autonomia financeira e política, realizando um Encontro financiado pelo Governo Federal, organizou mais uma vez uma proposta de ENEPe (a acadêmica e pluralista proposta da UERJ). E para quem pensa que a UNE já está atolada na lama ainda pode se surpreender com a aliança que eles fizeram com setores da Juventude Monarquista do Brasil! Contando com um bloco minoritário no Encontro, composto por setores do RJ, Bahia, a antiga gestão do CA da UFPB e membros da gestão do CA de Pedagogia da UFC.
O 31º ENEPe nos marcos da ofensiva neoliberal do governo Dilma/PT
O coletivo Pedagogia em Luta filiado a RECC (Rede Estudantil Classista e Combativa) realizou desde o primeiro dia uma ampla propaganda no evento e intervenções nas mesas e grupos de discussão denunciando os ataques do governo Dilma/PT, como o Novo PNE neoliberal e o corte de 3,1 Bi na Educação, contribuindo assim para enriquecer os debates no encontro.
Convocamos no Encontro, através da Plenária Nacional do Coletivo Pedagogia em Luta, os estudantes sinceros a organizarem em suas bases um coletivo e a travar um combate aos ataques do governo do PT à Educação. Organizamos dessa forma uma Coordenação de Lutas para construirmos Campanhas por Creches nas Faculdades de Educação, Luta contra o PNE e demais lutas por surgir, como o boicote ao ENADE.
O movimento estudantil de pedagogia em meio à obreirismos e autonomismo
Para entendermos os rumos que esse Enepe tomou, ou não tomou, principalmente no seu desfecho final, é preciso fazer uma análise das principais forças políticas que hoje o movimento estudantil da Pedagogia comporta em seus encontros e o que na prática estas forças representam.
Apesar das divergências práticas e teóricas com o MEPR, que hoje é a corrente de maior força atuante MEPe (Movimento estudantil de pedagogia), participamos com o mesmo e outros grupos e companheiros anti-governistas no Campo de Luta da Pedagogia, que é um bloco que atua dentro dos ENEPes e que é de fundamental importância para o distanciamento do MEPe da UNE. Esse bloco tem como princípio a luta contra os ataques do governo expressos na Reforma Universitária iniciada por Lula/PT e a necessidade da reorganização do movimento estudantil. Aqui faz-se útil mostrar nossas diferenças e críticas a esse grupo no MEPe. A nosso ver o MEPR reproduz certo obreirismo prejudicial à reorganização estudantil, já tão comum no Movimento Estudantil. Semelhante a ANEL, que produz um obreirismo sindicaleiro, o MEPR reproduz um obreirismo de tipo camponês, no qual a centralidade da organização estudantil é o apoio à luta camponesa, secundarizando a luta dos estudantes, como se suas pautas e lutas específicas não pudessem colaborar, objetivamente com as lutas dos trabalhadores do campo e da cidade. Nós da RECC, apesar da aliança tática com esses setores, não compartilhamos com sua visão de ME, e no caso da ANEL, com o seu não rompimento total com a UNE.
A ANEL, entidade estudantil para-governista que se propõe no discurso a organizar os estudantes por fora da UNE, mas não o faz na prática, acaba sempre por ir a reboque da mesma. Durante quase todo Encontro pouco ou nada se manifestaram, na Plenária Final tiveram um posicionamento contraditório. Estudantes da ANEL defendiam a confirmação de MG como sede do 32º ENEPe e outros, da mesma entidade, defendiam simultaneamente a suspensão da votação!
Os autonomistas do LAPA, que até o ENEPe passado participavam do Campo de Luta da Pedagogia, tiveram nesse Enepe posições mais confusas e dúbias. Não tinham mais como eixo central o combate ao governismo, mas a luta contra o ''aparelhamento". Vários estudantes sinceros, como muitos paraenses e demais companheiros, seguiram essa política. A UNE oportunista se aproveitou disso e fez um discurso ''apolítico", apesar de serem governistas. Como o autonomismo não soube diferenciar o seu discurso de crítica, sobretudo ao MEPR, acabou por ser instrumentalizado pelo governismo, indo a reboque deste. Não achamos que as críticas não devem ser feitas, até porque também temos discordâncias ao grupo referido, porém, era preciso entender que, naquele momento, o importante era o combate ao retorno do governismo ao MEPe, e da forma errônea como a crítica foi feita, abriu-se espaço para o "neutros e também descontentes" da UNE.
UNE golpista, agressora e machista impede as decisões do Encontro
A Plenária Final teve como discussão primeira e única a sede do 32º ENEPe. As duas propostas que se apresentaram foram de um setor minoritário do RJ ligado a UNE da UERJ. E por outro lado, um setor independente do governo da UFMG. Exposta as propostas, Minas venceu por ampla maioria dos votos. Entretanto, RJ recorreu de forma oportunista depois de perder a votação, defendendo que MG não cumpria os critérios estatutários por não conter em seu projeto o apoio de sua reitoria. O burocratismo era a única via: a aprovação de outros Enepes já existiu sem se cumprir cada questão do estatuto, que por sua vez possui buracos e por isso o Encontro deve priorizar pela decisão política na Plenária Final. Contudo, RJ também não possuía os critérios estatutários, pois não contava com o apoio de sua Executiva Estadual (o que é muito mais grave politicamente do que a questão de uma assinatura da reitoria). Os governistas e setores independentes propuseram levar o encontro para o FONEPe, o que também era abertamente anti-estatutário, pois o estatuto deixa claro que a sede do próximo ENEPe deve ser decidida na plenária do ENEPe anterior.
Para nós do Coletivo Pedagogia em Luta/RECC estava claro que havia um impasse estatutário pelos motivos apresentados acima, que colocava o debate em um ciclo vicioso, a única maneira de superar esse impasse, evidentemente, era consultar a posição da maioria da plenária. A posição da plenária era clara, votava em favor de MG.
Então, como é de praxe nos CONUNES da vida, já que o único objetivo dos governistas no encontro não fora cumprido (que era aprovar a proposta do Rio que nem a Executiva Regional apoia), para esse setor foi melhor implodir ou inviabilizar a continuidade do Encontro, representando um desrespeito total ao MEPe. Foi em meio a esse debate que o "setor agressor" da UNE e satélites, setores que passaram o Encontro inteiro em festas e bebedeiras, assediando mulheres na porta de banheiros, não contribuindo em nada para o Encontro, protagonizaram uma das cenas mais lamentáveis que o MEPe já presenciou. Sujeitos em bando que nunca tinham aparecido no auditório, alguns sem camisa, sem identificação do Encontro, entraram na Plenária ameaçando e agredindo militantes (inclusive mulheres), primeiro pela parte da manhã, e implodindo a plenária. Depois ficando na porta do auditório a espreita para agredir militantes que se puncionaram contra a sua política, impedindo muitos desses de irem almoçar. Quando a Plenária retornou na parte da tarde, e quando mais uma vez a plenária em sua maioria se posicionava a favor de Minas, esse setor apareceu em bando subindo na mesa. E mesmo a plenária em peso gritando "Fora" para a pelegada, esses somente riam sarcasticamente continuando a ameaçar a plenária. Mais uma vez, a patrulha da UNE era ativada para dentro da plenária, deteriorando assim qualquer possibilidade de continuação, fazendo com que até a CO se retirasse do local. E para completar, já na saída, ocorre um lamentável e covarde incidente: em meio a provocações, novamente militantes sem ligação com a UNE foram agredidos, sendo atingidos por cadeiras de madeira e lixeiras de ferro, denunciando assim a prática criminosa desses setores do governismo.
A falsa neutralidade e a verdadeira democracia de base
Setores independentes de SP e DF, com o discurso ultra-democratizante, contribuíram a decisão de levar o próximo ENEPe e Fonepe para a reunião da EXNEPe, legitimando uma posição antidemocrática da minoria. Pois claramente a maioria, e isso é a verdadeira a democracia de base, votou a favor de MG.
Outra polêmica do Encontro foram às comissões. Criadas e aprovadas em plenária inicial, e abertas para a participação de todos os interessados, as comissões foram criticadas e deslegitimadas por argumentos confusos que, na prática, foram instrumentalizados pela UNE. A RECC desde o início achou importante a criação de comissões, tendo em vista a falta de experiência e estrutura da CO e por entender que o Encontro deve ser autogerido pelos estudantes organizados. Quanto mais disciplinados e organizados os estudantes estiverem, mais proveitoso politicamente será para sua luta. Além disso, os problemas de assédio sexual/moral e ameaças de agressões que existiram em outros Enepes exigia uma medida mais contundente por parte dos estudantes participantes do Encontro. Assim, de forma alguma isso seria um "aparelhismo" de grupos que atuam no MEPe. Aqui há uma distorção e ampliação errônea do termo. A comissão era aberta e aprovada pela maioria em instância legitima. Se ocorreram equívocos, isto deve ser revisto e criticado em espaço aberto e democrático, porém não deslegitimava a existência e a importância das comissões.
No fundo, o viés dessas críticas reforçava um discurso de purismo/neutralidade política semelhante ao jurisdicismo burguês no ME. Mais uma vez reforçamos que este discurso é uma falácia e força a desorganização e despolitização do movimento. A suposta neutralidade de alguém já é um posicionamento político do mesmo.
Combater a despolitização e a desorganização é também lutar contra o governismo
No final, graças a esses incidentes não conseguimos aprovar nem nosso plano de lutas. Voltamos para as bases sem o acúmulo necessário para as batalhas desse ano, já iniciado pelo corte de verbas e aprovação do PNE neoliberal. As práticas da UNE que ocorreram nesse ENEPe, e que já vem se mostrando um risco constante à uma realização saudável e segura para os Encontros, não devem ser mais toleradas pelos estudantes de pedagogia e pelas organizações dos encontros. E só organizados poderemos vencer o governismo no MEPe. Devemos entender que é da despolitização e da desorganização dos estudantes pregada por esses setores da UNE, sob as fachadas de um pluralismo liberal e neutralidade político-partidária, que os mesmos implantam sua hegemonia. Essa hegemonia significa na prática: paralisia e imobilismo estudantil frente aos ataques do governo, ataques esses legitimados por esses grupos. Só assim, na desorganização e despolitização, eles podem cumprir sua função de correia de transmissão do Ministério da Educação e Cultura, o que significaria um retrocesso histórico ao MEPe, retrocesso esse que deve ser impedido pelos estudantes que lutam por uma educação para seu povo e não para o bolso dos empresários.
ABAIXO O GOVERNISMO E A VENDIDA UNE!
PELA REORGANIZAÇÃO DO MOVIMENTO ESTUDANTIL DE PEDAGOGIA PELA BASE!
DERROTAR NAS RUAS OS ATAQUES DO GOVERNO FEDERAL!
 
 
Fonte: http://pedagogiaemluta.blogspot.com/
 

Contato: pedagogiaemluta@gmail.com

 

UNE recebeu presente de natal milionário do Papai

Independência financeira: condição e resultado da independência política


Que há tempos a União Nacional dos Estudantes
(UNE) já perdeu sua independência econômica, isso não é nenhuma novidade. Mas o último repasse do governo Lula à instituição, agora em um único cheque multi-milionário, atesta, mais uma vez, que definitivamente a UNE foi vendida ao governo e que não mais serve aos estudantes.

De acordo com o site Contas Abertas - fato incontestado, admitido e praticado sem nenhuma vergonha pela própria UNE - de 2003 até abril de 2010 a entidade já recebeu mais de 12 milhões de reais de órgãos do governo federal, fora as cifras que empresas estatais haviam repassado, como Petrobrás e Banco do Brasil (
link 1), e sua receita no lucrativo ramo das carteirinhas na ordem de 3 milhões anuais (link 2). Não por acaso, é este o período em que o governo federal esteve sob os cuidados de Lula (do PT). Mas desta vez, numa única e grande jogada política, esta mesada mais do que triplicará. Serão exatamente 44.600.000,00R$ que a UNE colocará no cofrinho! Para aqueles que, como nós, nunca viram tantos zeros juntos, aí vai novamente: 44 milhões e 600 mil reais!


É motivo para sorrisos que não acaba mais.

Esta verdadeira fortuna retirada dos cofres públicos será destinada para a reconstrução do prédio sede da UNE no Rio de Janeiro, que foi metralhada e incendiada no estouro da ditadura civil-militar (1964) e demolida em 1980. Para o presidente da UBES, Yann Evanovick (da UJS/ PCdoB), tal repasse multi-milionário "nada mais é do que uma reparação histórica, pelo Estado brasileiro, do que foi feito com as entidades estudantis nos tempos da ditadura" (link 3). O novo prédio, projetado por Niemeyer, terá não mais que 13 andares para UNE e UBES melhor desenvolverem suas atividades como verdadeira Subsecretaria de Juventude do Governo Federal que são. Nas palavras do Lula aos seus servidores da UNE: “Nenhuma decisão do nosso governo foi tomada sem consultar vocês” (link 4). Elas foram pronunciadas no ato-lançamento da pedra fundamental da construção do prédio, nesta segunda feira, 20 de dezembro de 2010, que além da participação do Papai, contou também com a presença de sete ministros, como Fernando Hadad da educação, e dos assassinos responsáveis pela militarização das favelas cariocas e criminalização da pobreza no Rio de Janeiro, governador do estado Sérgio Cabral (do PMDB), e prefeito da capital, Eduardo Paes (também do PMDB).


UNE de luta à UNE de Lula


Vale lembrar que no mesmo ano do incêncio de sua sede, a UNE era colocada na ilegalidade e durante o período de 64 a 68 atuou na clandestinidade. Este foi um período destoante em sua história pela heróica e combativa miliância da UNE como co-irmãos dos trabalhadores da cidade e do campo que bravamente lutaram contra o regime ditatorial, principalmente sob a influência das organizações revolucionárias VAR-Palmares e ALN. Muitos militantes estudantis que não se renderam ao Estado assassino e ao capital morreram em combates, aos quais a RECC busca velar por sua memória e honrar sua atuação. Após 68 a UNE sofre uma grande desestruturação e praticamente inexiste, foi quando o DOPS se infiltrou e prendeu cerca de 1000 estudantes que participavam do seu XXX Congresso em Ibiúna. A UNE resurgiria apenas em 1979, a partir daí já sob a direção maior do PT e PCdoB - este, diga-se de passagem, não larga o osso da direção da UNE há mais de qunize anos.

Apesar de já carregar o germe do reformismo desde 79, o desenvolvimento final desta política se daria apenas em 2002 quando de fato os anseios de PT e PCdoB, partidos hegemônicos na UNE, se concretizam com o objetivo estratégico de um dos seus ter conquistado o Governo Federal. Desde então, fica explicito a falência total da UNE. A via eleitoral foi a forma que os partidos reformistas e as burocracias da UNE utilizaram para ascender ao poder do Estado-burguês, ao qual naturalmente permanecem submissos até hoje.


A dependência política da UNE é resultado e condição de sua dependência econômica ao Governo Lula
Dia 20 de abril, dois dias antes de iniciar o 58º Conselho Nacional de Entidades Gerais da UNE (Coneg), que se realizou até o dia 25 na UFRJ (Rio), a Comissão de Assuntos Econômicos do Senado aprovou o projeto (PLS 19/10) enviado ao Congresso pelo presidente que liberaria até 30 milhões de verba federal destinados à reconstrução da sede da UNE. O Coneg discutiria justamente se apoiaria ou não formalmente a candidata de sucessão do Governo Federal, Dilma Rousseff. Apesar do agrado, a tentação de prestar o apoio nominal à Dilma só foi contida no primeiro turno. A ânsia mais sincera da UNE, tanto quanto oportunista, só precisou ser revelada mesmo na hora deciciva do desempate. Nas palavras do presidente da UNE, também pecedobista, Augusto Chagas: "Vamos ao segundo turno, vamos eleger Dilma Rousseff!"

Mas não é só por votos que se vende a UNE. Sua relação de total "independência" frente aos repasses milionários do Governo também se refletem nas defesas mais descaradas dos programas neoliberais deste, como o ProUNI, o REUNI, a MP das Fundações Privadas e etecéteras - fato este que Lula reconhece. A relação promíscua que a UNE mantém com o Governo Lula, escondida sobre o eufemismo da expressão "abertura para o diálogo", não somente a paralisa mas principalmente tenta frear a luta daqueles estudantes sinceros e independentes na prática que se posicionam contrários às medidas do seu Patrão. Exemplo disso foi o boicote que a UNE fez à maioria das ocupações de reitoriais nos anos de 2007 e 2008 pelo país, quando estas acertadamente apontavam suas críticas contra o REUNI, por exemplo. Nem mesmo na USP, onde a UNE era direção do DCE durante a ocupação, ela esteve presente, chegando a ser ridicularizada ou mesmo expulsa de algumas universidades como a UFSC e a UNIR. Quando estourou o caso mensalão, enquanto milhões de ativistas brasileiros entoavam a palavra de ordem "Fora Todos!", a UNE realizava passeatas pelo "Fica Lula".
Da UNE que lutou contra a ditadura nada restou. Hoje seus burocratas ganham milhões para ficar de bico calado e desonram aquela história de sua entidade. É evidente que quem sustenta a UNE não são os estudantes, mas sim as gordas gorjetas do Governo. Para a UNE, no entanto, ronda o senso comum de que esta prática é completamente normal e aceitável. Mas retire sua fonte financeira e vejamos o que sobra. O Governo e as empresas estatais não bancam a UNE por caridade. A bancam para que ela defenda seus interesses entre nós: UNE e UBES são uma vergonha e prestam um deserviço aos estudantes brasileiros. Romper com a UNE é o primeiro passo para reorganizarmos no Brasil a luta massiva e independente dos estudantes. Manter-se na UNE é manter-se complacente com esta colaboração de classes. A UNE hoje é exemplo para trilharmos o caminho contrário: manter a independência financeira e política frente ao Governo e à burguesia, rejeitar os oportunistas que utilizam as entidades estudantis como trampolins políticos para se elegerem nas próximas eleições, construir a consciência e a luta pela base e não por congressos viciados e despolitizados. Se hoje a UNE "não precisa tomar cacetada, ser presa, apanhar ou ser perseguida" (link 6), isso é justamente porque ela já se integrou sistematicamente na lógica do Estado burocrático e repressor e da burguesia das universidades privadas. A luta de classes não é a conciliação; é o confronto até suas últimas consequências: até a vitória, companheiros!

Romper com a UNE para seguir lutando!
Fora governistas do Movimento Estudantil!
Massificar as batalhas dos estudantes independentes!

sexta-feira, 16 de dezembro de 2011

Aprendizagem Cooperativa ajuda no ingresso e na permanência de estudantes na Universidade

O/a estudante como sujeito ativo e responsável pelo aprendizado. É assim que funciona o processo de Aprendizagem Cooperativa, metodologia na qual os/as participantes se reúnem em grupos com o objetivo de resolver alguma dificuldade ou problema encontrado na aprendizagem. No lugar do individualismo e da competitividade, união e ajuda mútua.
Foi para divulgar as experiências de Aprendizagem Cooperativa já existentes no Ceará que professores, pesquisadores e estudantes se reuniram, nessa semana, noI Encontro Cearense de Aprendizagem Cooperativa. O evento, organizado pela Coordenadoria de Formação e Aprendizagem Cooperativa (Cofac) da Universidade Federal do Ceará (UFC), destacou, entre outros pontos, as iniciativas que utilizam a metodologia no estado: o Programa de Educação em Células Cooperativas (Prece) e o Programa de Aprendizagem Cooperativa em Células Estudantis da UFC.
Aurenir Luz, coordenadora da Escola Popular Cooperativa (EPC) do município de Paramoti, é exemplo de que a metodologia funciona. Participante do Prece na comunidade de Cipó, município de Pentecoste, ela, logo depois que entrou na faculdade, levou a experiência da Aprendizagem Cooperativa para o município de Paramoti. Hoje, graduada em Marketing, Aurenir é coordenadora da EPC de sua cidade natal.
"O Prece ajuda a estimular [o estudante para] o estudo, a aprender a estudar em grupo e não depender somente do professor. Os participantes constroem uma autonomia intelectual”, comenta, lembrando que os estudantes que conseguem ingressar na Universidade servem de exemplo e de valorização para o grupo. "[A Aprendizagem Cooperativa] se importa com o fortalecimento do jovem como protagonista da sociedade”, acrescenta.
Assim como Aurenir, diversos jovens retornam à comunidade para atuar como facilitadores do processo de aprendizagem. De acordo com ela, a experiência do Prece surgiu em 1994 na comunidade de Cipó, onde estudantes se reuniram para estudar em "uma velha casa de fazer farinha”. A persistência resultou em aprovação. "Dois anos depois, o primeiro passou para a UFC”, relata.
A ideia é que os estudantes que ingressam no ensino superior retornem à comunidade para auxiliar os outros. Atualmente, o Prece possui 19 Escolas Populares de Cooperação, presentes em cinco municípios cearenses, e conta com mais de 2 mil participantes em todos os projetos coordenados por estudantes.
A iniciativa deu tão certo que passou a ser aplicada na UFC. De acordo com Caroline Avendaño, da assessoria de comunicação da Coordenadoria de Protagonismo Estudantil da Secretaria da Educação do Estado (Seduc), a experiência de Aprendizagem Cooperativa do Prece passou a ser utilizada em 2008 na UFC através do Programa de Aprendizagem Cooperativa.
Se a ideia do Prece é o estudo em grupo para ajudar os jovens a ingressar no ensino superior; na UFC, a intenção é estimular os estudantes a permanecer na Universidade. "A ideia é fortalecer o laço de amizade, é estimular o grupo a não deixar o curso”, comenta.
Neste ano, o Programa concedeu bolsas para 250 estudantes dos mais diversos cursos da UFC para montar um grupo na Universidade utilizando a Aprendizagem Cooperativa. Nos grupos, os participantes trocam conhecimentos e experiências, servindo de ajuda mútua para superar as dificuldades de permanência na instituição.
Atualmente, um projeto de parceria entre Seduc, UFC e Prece também leva a experiência da metodologia para escolas públicas do Estado com o objetivo de valorizar a Aprendizagem Cooperativa e ajudar os estudantes a ingressarem na Universidade.
Quer saber mais? Acesse: http://cofacufc.blogspot.com/,http://prece-ce.blogspot.com/ e http://estudantecooperativo.blogspot.com/

quinta-feira, 15 de dezembro de 2011

PEDAGOGIA EMPRESARIAL : O Pedagogo Empresarial

RESUMO

      A Pedagogia conta com o pedagogo empresarial dentro da empresa, visando sempre melhorar a qualidade de prestação de serviços. Na atualidade, a empresa tem aberto espaço para que este profissional possa, de maneira consciente e competente, solucionar problemas, formular hipóteses, e elaborar projetos, demonstrando que a sua atuação visa à melhoria dos processos instituídos na empresa, como garantia da qualidade do atendimento aos seus clientes e ao funcionário, contribuir para a instalação da cultura institucional da formação continuada dos empregados, orientar na gestão do melhoramento dos processos. De que maneira o Pedagogo poderá trabalhar seus projetos numa empresa visando sempre a sua melhoria? Esta pesquisa visa a compreender os novos rumos que a Pedagogia Empresarial tem assumido frente aos novos cenários organizacionais delimitados pela globalização. A implementação de treinamentos e desenvolvimento de projetos pressupõe uma nova base para a gestão de pessoas, desenvolvimento e capacidade de renovação da empresa e dos funcionários, a busca do conhecimento, de promover atitudes transformadoras e mobilizadoras, visando a direcionar os negócios da empresa para obtenção da excelência no atendimento às exigências do mercado e da sociedade. Para enfrentar os novos desafios impostos pelo mundo dos negócios nesta virada do milênio, as empresas precisam gerar novas capacidades organizacionais que devem ser decorrentes da redefinição e redistribuição das práticas e funções. Gerentes de linha e profissionais precisam juntos, criar essas novas capacidades, estabelecendo ligações com funcionários, fornecedores e clientes, fortalecendo a capacidade de competir, tendo, como objetivo, analisar a importância do pedagogo e que contribuições poderá acrescentar dentro da empresa. O trabalho será desenvolvido através de pesquisas em artigos, livros e publicações on-line.











1. A PEDAGOGIA

A Pedagogia é um tema muito rico, e por ser muito extenso requer muito estudo e pesquisa. Depende não só das gerações passadas, dos desbravadores deste campo, mas também das novas gerações de profissionais ousarem e produzirem trabalhos e pesquisa com qualidades científicas para dar continuidade ao trabalho já começado. Atualmente, além da Instituição Escolar, notamos grande interesse nas áreas hospitalar e empresarial, além da clínica clássica.Surgida no século XVII, pedagogia tende para um objetivo prático definido, através de meios (processos e técnicas de ensino) eficientes para alcançá-los.

Komensky, considerado Pai da Pedagogia cujo sobrenome foi latinizado para Comenius, recebeu esse título pela descoberta de que o estudante merece cuidados especiais para efetivação de uma aprendizagem mais produtiva e deleitosa.
Os sentidos e à experiência eram de extrema importância para Comenius. Em Janua linguarum reservata (1631; A porta das línguas reaberta), manual para o ensino de línguas, utilizou desenhos com fins didáticos. Na Didática magna, propõe um sistema educativo a ser aplicado da infância aos estudos pós-universitários. A doutrina filosófica de Comenius, a qual ele deu o nome de pansophia, propõe a universalização do saber e a supressão dos conflitos religiosos e políticos.
As inovações introduzidas por Comenius nos métodos de ensino influenciaram em grande medida as reformas educativas e as teorias de eminentes pedagogos de séculos posteriores. Constantemente Comenius era chamado a vários países europeus para pôr em prática suas teorias pedagógicas e filosóficas. Estabeleceu-se finalmente em Amsterdã, onde morreu em 15 de novembro de 1670.
Desde então, o ensino transformou-se paulatinamente, retro-alimentado por novas propostas educativas iluminadas, em destaque a do francês Jean Jacques Rousseau no século XVIII, de seus seguidores e de numerosos educadores, mais próximos de nós, auxiliados pela eclosão da Psicologia que confirmou os acertos dos mestres pioneiros.
Os métodos de ensino sucederam-se uns aos outros, sempre no intuito de apresentar ao aluno uma aprendizagem de acordo com a sua faixa etária.
No decorrer do tempo, a Pedagogia, com seus objetivos e currículo pertinentes progredia, sempre direcionada à eficiência e eficácia do ensino, tomando por fim forma de curso, emancipando-se na Europa e nos Estados Unidos.
Ao consultar o que diz o Diretor Cientifico do CEFA, Paulo Ghiraldelli Junior, encontramos a seguinte definição para pedagogia:
Trata-se da pedagogia como o campo de conhecimentos que abriga o chamamos de "saberes da área da educação" - como a filosofia da educação, a didática, a educação e a própria pedagogia.
A pedagogia está ligada às suas origens na Grécia antiga. Aqueles que os gregos antigos chamavam de "pedagogo" era o escravo que levava a criança para o local da relação ensino-aprendizagem; não era exclusivamente um instrutor, ao contrario, era um condutor alguém responsável pela melhoria da conduta geral do estudante, moral e intelectual. Ou seja, o escravo pedagogo tinha a norma para a boa educação; se por acaso, precisasse de especialistas para a instrução, conduzia a criança até lugares específicos, os lugares próprios para o "ensino de idiomas, de gramática e calculo", de um lado, e para a "educação corporal" de outro.
A concepção que diz que a pedagogia é a parte normativa do conjunto de saberes que precisamos adquirir e manter se quisermos desenvolver uma boa educação, é mais ou menos consensual entre os autores que discutem a temática da educação.
O termo "pedagogia" designa a norma em relação à educação. "Que é que devemos fazer, e que instrumentos didáticos devemos usar, para a nossa educação?" - esta é a pergunta que norteia toda e qualquer corrente pedagógica, é o que deve estar na mente do pedagogo.


1.1 PAIDÉIA


A palavra Paidéia, de início significa apenas criação dos meninos - pais, paidós, criança -, com o tempo adquire nuances que a tornam intraduzível. Conforme Werner Jaeger diz que


não se podem evitar expressões modernas como civilização, cultura, tradição, literatura ou educação, porém nenhuma delas coincide com o que os gregos entendiam por Paidéia. Cada um daqueles termos se limita a exprimir um aspecto daquele conceito global. Para abranger o campo total do conceito grego, teríamos de empregá-los todos de uma só vez.


Na sua abrangência, o conceito de paidéia não designa unicamente a técnica própria para, desde cedo, preparar a criança para a vida adulta. A ampliação do conceito fez com que ele passasse também a designar o resultado do processo educativo que se prolonga por toda vida, muito para além dos anos escolares.

Os sofistas são os criadores da educação intelectual; ampliam a noção de Paidéia - de educação da criança à continua formação do adulto; valorizam a figura do professor e ao exigir remuneração, dão destaque ao aspecto profissional dessa função. Formaram um currículo de estudos composto por gramática, retórica e dialética. Desenvolveram também a aritmética, geometria, astronomia e música.


1.2 PEDAGOGIA NO BRASIL E SUA IDENTIDADE


É difícil falar sobre o curso de pedagogia no Brasil, sem antes traçar um panorama histórico sobre a educação no Brasil nos anos que antecederam à sua criação.

No final do período imperial houve uma intensa expansão das escolas elementares. Essa expansão exigia que o ensino fosse de qualidade e para alcançar a qualidade pretendida, fazia-se necessário que a formação de professores para esse nível se desse em cursos de nível médio nas ditas escolas normais. Contudo, a instabilidade no fluxo de escolas normais abertas e fechadas durante esse período prejudicava a formação para esse fim, visto que as escolas destinadas a esse segmento de formação ou eram particulares ou estavam agregadas aos Liceus e, por isso, sujeitas aos interesses de seus donos ou administradores em mantê-las.
Tentando amenizar esse problema, Leôncio de Carvalho sugeriu em 1878 que o exercício do magistério fosse facultativo a todos que se julgassem habilitados para tal, sem exigir uma formação mínima.
No entanto, em 1880 é criada, no Município da Corte (Rio de Janeiro), a primeira escola normal destinada tanto a professoras quanto a professores, sob a direção de Benjamim Constant e cujo funcionamento incluía o horário noturno.
Por quase meio século a escola normal foi o lócus formal e obrigatório para a formação de professores que atuariam nas escolas fundamentais, complementares e na própria escola normal. Somente no século XX é que se instalam nas escolas normais os cursos pós-normais - tidos como gérmen dos cursos superiores de pedagogia - impulsionados pela expansão das Escolas Normais ocorridas em todo Brasil por causa da República.
Embora as escolas oficiais fossem consideradas como escolas-modelos, a primeira iniciativa de transferir a formação pedagógica para o nível superior foi de caráter privado. Em 1901 a Ordem dos Beneditinos de São Paulo criou a Faculdade de Filosofia Ciências e Letras que tinha como anexo um Instituto de Educação. Em 1908 é criada a Universidade Católica - a sua Faculdade de Filosofia Ciências e Letras funcionou por seis anos tendo suas aulas ministradas por professores estrangeiros, até que, por ocasião da guerra, ela é fechada, devido ao esvaziamento de seu quadro de professores.
A Escola Normal do Distrito Federal (RJ), criada em 1890 para formar professores primários, viria a se transformar nos anos 30, do século XX, com outra organização, em Centro de Referência Nacional de Estudos Pedagógicos, tendo como objetivo o aperfeiçoamento no magistério. Essa teria sido a primeira iniciativa do governo de transferir para as instâncias superiores a formação pedagógica.
A primeira iniciativa de uma instituição pública para o estudo superior em educação, que realmente se efetivou, foi em São Paulo. Após várias reformulações, a Escola Normal da capital foi transformada em Instituto Pedagógico de São Paulo no qual era oferecido o curso de aperfeiçoamento e preparo de técnicos, inspetores, delegados de ensino, diretores e de professores para as escolas normais, contudo esse instituto mantinha um caráter híbrido de normal e pós-normal. Esse caráter híbrido permaneceu mesmo quando o instituto foi anexado à USP em 1933. Somente em 1938 quando ele é reduzido e transformado em uma seção da Faculdade de Filosofia Ciências e Letras é que essa situação muda.
A pedagogia só passa a ser um curso superior quando, em 1931, é criada, pelos decretos n.º 19851 e 19852, a Faculdade de Educação Ciências e Letras da Universidade do Rio de Janeiro, que foi reformulada em 1939 e denominada Faculdade de Filosofia Ciências e Letras (FFCL), passando a ter uma seção específica para a pedagogia. O curso já foi instituído com a marca que o acompanharia em todo o seu desenvolvimento: a dificuldade em se definir a função do curso e, conseqüentemente, o destino de seus egressos.
Comprometendo todo o desenvolvimento do curso no Brasil, tanto em relação ao campo de trabalho do pedagogo, quanto à organização curricular do curso, questiona-se sempre se o curso de pedagogia teria um conteúdo próprio e exclusivo que pudesse justificar sua existência.


1.3 NECESSIDADE DE MUDANÇA


A revolução pós-industrial e a globalização trouxeram grandes benefícios à humanidade, mas com eles vieram também grandes problemas sociais. As inovações tecnológicas e as novas formas de organização trouxeram mudanças radicais no mundo do trabalho, na estrutura da produção de bens e serviços e nos mecanismos de mercado: uma progressiva desregulamentação da atividade econômica.

É necessário um aumento dos níveis de produtividade, qualidade e competitividade para a sobrevivência, a expansão das empresas e o ingresso competitivo do Brasil na economia internacional.
Todas essas transformações estão nos levando a um novo modelo, a um novo paradigma de organização da economia e da sociedade: uma economia do saber. Estamos diante da famosa e complicada sociedade do conhecimento, na qual o recurso controlador não é mais o capital, a terra ou a mão-de-obra, mas, sim, a capacidade e experiência dos indivíduos.
Isso significa que, se quisermos uma nação competitiva, teremos que mudar nosso modo de entender e de agir em relação à educação. É preciso modificar profundamente a nossa postura em relação à educação.


1.4 EDUCAÇÃO NO TRABALHO - IMPORTÂNCIA


A educação é uma prática social humana. Ou seja, característica dos seres humanos, e realizada por todo e qualquer cidadão, em todas as instituições sociais. A educação tem por finalidade possibilitar o crescimento das pessoas como seres humanos; é processo de humanização. Tornar-se humano significa tornar-se partícipe do processo civilizatório, dos bens que historicamente foram produzidos pelos homens em sociedade e dos problemas gerados por esse mesmo processo.

Nesse sentido, a educação tem uma dimensão de continuidade que se traduz na transmissão dos conhecimentos, da cultura e dos valores, e, ao mesmo tempo, de ruptura, ou seja, de produzir-se novos conhecimentos, novas culturas, novos valores, a partir não apenas do avanço do conhecimento, mas da análise crítica dos resultados desse processo civilizatório, produto de grupos de interesses dominantes nas sociedades. Nesse sentido, a educação é, ao mesmo tempo, permanência e transformação, em busca de condições para o desenvolvimento humano de todas os sujeitos que nascem, garantido-lhes o usufruto dos bens da civilização e dotando-os de uma perspectiva analítica e crítica a fim de que se coloquem como construtores de novos modos de se processar a civilização.
Uma civilização que garanta as condições humanas de vida a todos, que assegure os direitos humanos para todos, de sobrevivência, de alimentação, de trabalho, de participação social, de elaboração da lei, de construção da democracia etc. A educação é inerente ao processo de humanização que ocorre na sociedade em geral. Por isso, afirmamos que a educação é uma prática social, histórica e situada em determinados contextos. Nesse sentido, é que podemos afirmar que a educação é uma práxis social. Estudá-la, analisá-la, compreendê-la, interpretá-la em sua complexidade, e propor outros modos e processos de ser realizada com vistas à construção de sociedade justa e igualitária, supõe a contribuição de vários campos disciplinares, dentre os quais o da pedagogia.
A pedagogia é um campo de conhecimento específico da práxis educativa que ocorre na sociedade. Diferente dos demais que não têm a educação como objeto específico de análise, mas que a ela podem se voltar. A sociologia, por exemplo, na sua raiz não tem a educação como objeto de estudo, mas há sociólogos que se voltam a ela, se valendo dos aportes da ciência sociológica para estudar dimensões da práxis educativa. O mesmo ocorre com a filosofia, a psicologia, a história e outras ciências que se voltam à educação. Essas disciplinas quando voltadas ao campo da educação, constituem nos cursos de pedagogia os fundamentos da educação.
Curiosamente não há dentre eles uma disciplina denominada pedagogia que se voltaria ao estudo do campo do pedagógico. Essa perspectiva, em geral, é coberta pela didática e por estudos do campo curricular, quando estudam as teorias e as idéias pedagógicas, sintetizando os aportes das disciplinas anteriores, focando nos resultados do ensino e da educação e dos sistemas escolares. Por sua vez, ciências como a física, a matemática, a geografia, a história, a biologia, as letras, têm-se constituído também como campo da pedagogia, por se voltarem aos estudos dos fundamentos dos métodos do ensino, uma das atividades profissionais do pedagogo.
A natureza dessas áreas de conhecimento de análise crítica dos modos de produção do humano e o desenvolvimento da pesquisa na própria formação dos pedagogos, em geral, têm possibilitado que o curso de pedagogia se constitua no único curso de graduação no qual se realiza a análise crítica e contextualizada da educação e do ensino enquanto práxis social. Talvez por isso, alguns hão de temer a pedagogia.


1.5 O PEDAGOGO


Segundo Franco (2002), a docência é uma profissão com identidade e estatuto epistemológico próprios, e que em si, o ensino é uma das manifestações da práxis educativa, definir o pedagogo como professor (e das séries iniciais) é reduzir a potencialidade de sua inserção na práxis educativa.

Por outro lado, dizer que enquanto pedagogo ele pode também ser docente das séries iniciais (para o que ele tem que ser formado e preparado, através do conjunto das disciplinas e atividades que compõem o curso, orientadas por docentes de várias áreas que tenham a educação e o ensino como objeto de estudo), significa garantir o único espaço adequado na universidade para a formação dos professores e pesquisadores para esse nível de escolarização (lembrando que o curso normal médio está em extinção e lembrando que onde se faz pesquisa é na universidade).
Essas considerações apontam caminhos que poderão orientar a elaboração de diretrizes curriculares nacionais para os cursos de pedagogia que retirem o pedagogo do limbo profissional e identitário em que se encontra.
Entendendo que o pedagogo é um profissional que domina determinados saberes, que, em situação, transforma e dá novas configurações a estes saberes e, ao mesmo tempo, assegura a dimensão ética dos saberes que dão suporte à sua práxis no cotidiano do seu trabalho, e que a Pedagogia se aplica ao campo teórico-investigativo da educação e ao campo do trabalho pedagógico que se realiza na práxis social, entendo que, o curso de graduação em Pedagogia forma (deva formar) o Pedagogo com uma formação integrada para atuar na docência nos Anos Iniciais do Ensino Fundamental, na Educação Infantil e nas disciplinas pedagógicas dos cursos de formação de professores e na gestão dos processos educativos escolares e não-escolares, assim como na produção e difusão do conhecimento do campo educacional (cf. item 2. da proposta de Diretrizes, ForumDir, 2004).
A nossa visão, essa proposta de diretrizes, além de avanços construídos pela Comissão de Especialistas , enfrenta, estrategicamente, a importância da formação dos professores das séries iniciais no curso de pedagogia, único espaço em nível superior para se proceder sua formação com a qualidade desejada, entendendo-a como uma das inserções profissionais possíveis dos pedagogos, e entendendo que essa formação não se reduz a sala de aula, mas inclui a gestão das políticas e dos espaços de ensino e aprendizagem, sejam eles escolares ou não. Portanto, implica a formação de um pedagogo da educação infantil (da criança de 0 a 10 anos).
Considerando a complexidade dessa educação, admite-se áreas de aprofundamento para uma formação mais voltada para a criança de 0 a 06 anos (Educação Infantil) e para a criança de 07 a 10 anos (séries iniciais do Ensino Fundamental). Portanto, tendo a pedagogia como base para a formação docente.
Um curso de pedagogia não dá conta de formar pedagogos para se inserirem em inúmeras áreas de atuação como hoje se constata com as várias modalidades de currículo existente nas universidades e nas demais instituições de ensino superior. Daí se assumir com tranqüilidade o que seria o essencial da formação do pedagogo, o que o identifica epistemológica e profissionalmente em todo o território nacional. Mas vamos também assumir que sua formação se dá com pesquisa que confronta o real e o produzido sobre o real, que aponta possibilidades e perspectivas de transformação da realidade existente, que supere a visão fragmentada dos espaços escolares e não-escolares. Mas assumir que as áreas e demandas específicas, como educação de pessoas com necessidades, educação no campo, de indígenas, para a inserção nas mídias, etc. se faça fora do curso de pedagogia, como aprofundamentos, enriquecimento curricular, especialização, etc., e não no curso em que atualmente se apregoa em preparar o pedagogo em três anos.


2. O PEDAGOGO E A QUALIFICAÇÃO PROFISSIONAL


Geralmente, o pedagogo tem-se caracterizado como profissional responsável pela docência e especialidades da educação, como: Direção, Supervisão, Coordenação e Orientação Educacional, entre outras atividades específicas da escola. Podemos dizer que, dificilmente, encontra-se o profissional da educação desvinculado da escola propriamente dita, e inserido em outras atividades do mundo do trabalho, como em empresas, ainda que esse trabalho refira-se à educação, mas em uma perspectiva extra-escolar.

Ao analisar a estrutura de organização das disciplinas do curso de Pedagogia notamos que não há direcionamento específico para a atuação do pedagogo em empresas, fato esse que dificulta a inserção e conhecimento das possibilidades de atuação desse profissional nos processos produtivos. Por essa razão e, também, porque a escola constitui-se um local de trabalho bastante conhecido dos pedagogos, esses profissionais limitam sua procura a essas instituições.
Nesse momento, em que o curso de pedagogia passa por um processo de reestruturação com propostas divergentes de diretrizes curriculares e, também, considerando as modificações ocorridas no processo produtivo, faz-se importante contemplar a possibilidade de atuação desses profissionais em outros setores do mundo do trabalho.


2.1 AS MODIFICAÇÕES E REFLEXOS NA QUALIFICAÇÃO PROFISSIONAL


Na atual sociedade capitalista, os processos produtivos têm sofrido profundas transformações no que se refere ao modo como está organizada a produção, devido, sobretudo, ao avanço tecnológico, bem como a própria necessidade de manutenção do capitalismo.

A qualificação profissional inserida nesse contexto de transformação, por um lado, é alterada e ampliada havendo maior valorização do componente intelectual em detrimento do manual. As exigências do mercado de trabalho apontam para uma maior qualificação e, para tanto, o pedagogo pode contribuir, nesse processo, na qualificação do trabalhador.
A qualificação profissional tem sofrido evoluções históricas delineadas pelas diferentes concepções e modos de organizar a produção. Na denominada Segunda Revolução Industrial, a implementação do trabalho nos moldes tayloristas tem como objetivo a racionalização e contenção de desperdícios nos locais de produção, então Taylor desenvolveu técnicas que parcelarizam ao máximo a produção e as atividades exercidas pelos trabalhadores, controlando e cronometrando até mesmos os movimentos exigidos para a realização de tarefas específicas, assim como o tempo destinado a essa realização.
Esses métodos e técnicas intensificaram o ritmo do trabalho e aumentaram a rigidez do produto (produto - padrão) e da mão - de - obra destinada a realizar tarefas fixas, repetitivas e monótonas, as quais são controladas por uma rígida supervisão. Nesse modelo o processo de elaboração é realizado por um quadro de especialistas. Gerência científica enquanto os trabalhadores apenas executam da produção em massa o que significa consumo em massa, modificando a forma de reprodução da força de trabalho , a estética do produto e a mercadificação da cultura. (HARVEY, 1992, p.123).
Uma grande aplicação de Ford na indústria automobilística foi a utilização da esteira rolante que aliada às operações parceladas, as quais existiam desde a manufatura, contribuiu significativamente na desqualificação do trabalhador, seja por não exigir e inibir qualquer capacidade de pensar, como também por conceber o trabalhador como extensão da máquina aquele trabalhador, antes necessário no processo de montagem era eliminado. Em seu lugar surgia um novo homem cuja função era repetir indefinidamente movimentos padronizados, desprovidos de qualquer conhecimento profissional, que para Ford nada tem de desagradável. (VARGAS, 1987, p.24).
A rigidez do fordismo diante a crise do Estado de bem-estar-social emperrou sua hegemonia enquanto sistema de organização do trabalho, apesar de não ter sido excluído da sociedade mundial sua incapacidade de articulação com a sociedade do trabalho deu margem ao aparecimento de um novo modelo denominado por Harvey (1992) de acumulação flexível.
Tanto no modelo fordista como no taylorista de produção a falta de autonomia para realizar tarefas parcelarizadas e a utilização preponderante do componente manual faz com que se aprofunde a situação na qual o trabalhador encontra-se expropriado do saber na produção e plenamente desqualificado, executando tarefas possíveis de serem executadas por máquinas.
O fenômeno que Harvey denomina de acumulação flexível tem abrangência mais geral na sociedade, mas também, no interior das fábricas configurando novas formas de organizar a produção, geralmente, utilizando maquinários com tecnologia avançada.
O acelerado avanço tecnológico, nas últimas décadas, provém das necessidades competitivas e das próprias lutas operárias por melhores condições de trabalho. A tecnologia e o avanço informacional tornam-se condições essenciais para a sobrevivência das empresas, uma vez que ela traz vantagens significativas à produção integrando as modificações na organização de um trabalho menos hierarquizado e voltado para a integração tanto da máquina como dos trabalhadores.
Diferentemente do tipo de força de trabalho que se requer na organização taylorista-fordista, os modelos organizacionais como o Just-in-time/Kamban e o Toyotismo, entre outros, inovam modificando a disposição dos meios de produção e a utilização da mão-de-obra.
Em ambos os modelos passa-se a requerer do trabalhador um maior potencial intelectual e comportamental, principalmente no que se refere a capacidade de trabalhar em equipe, conhecer a totalidade do processo produtivo, criatividade para propor inovações, capacidade para resolução de problemas, comunicação e expressão, conhecimentos gerais e de idioma, entre outros geralmente não conta com tecnologias ultramodernas como robôs e controle por central de computadores, pois o fracasso ao não atingir ganhos de produtividade deve ser atribuído às antiquadas estruturas organizacionais incapazes de acomodar as novas tecnologias não adianta gastar dinheiro com as novas tecnologias e utilizá-la de maneira antiga. (RIFIKIN, 1996, p. 99).
O Just-in-time envolve a produção como um todo: trabalhadores, gerência e fornecedores em uma política de redução de estoques, já que se produz somente o que for solicitado pelo departamento de vendas. Os maquinários encontram-se dispostos em linhas de produção, de modo a racionalizar a produção eliminando os estoques e proporcionando linearidade e continuidade sem quebras no processo.
A experiência da indústria automobilística Toyota, embora não se apresente em oposição ao Just-in-time tem-se caracterizado pela implementação de alta tecnologia, aperfeiçoando a exploração do trabalhador e a diminuição da hierarquia na fábrica, além de possuir uma elevada tendência de socialização no trabalho, no qual os engenheiros do chão de fábrica deixam de ter um papel estratégico e a produção é controlada por grupos de trabalho, a empresa investe muito em treinamento, participação e sugestão para melhorar a qualidade e produtividade (ANTUNES, 1995, p.29).
Mesmo que a flexibilização do trabalho se refira a um número mínimo de trabalhadores, geralmente temporários e sub-contratados, controlados por horas extras como demonstra Antunes (1995), há o investimento em equipes de funcionários, as quais são responsáveis por estudarem melhores procedimentos e elaborarem programas de execução juntamente com o engenheiro no chão de fábrica, além de executar a produção respondendo a imprevisibilidades e opinando sobre o produto final.
Podemos perceber que, além da flexibilização nas relações de trabalho, as empresas para garantir a competitividade no mercado global, como demonstra Market (1999, p.149), têm implementado modelos de produção que permitem maior flexibilização na produção de bens, baseado na demanda pelos clientes.
Essa tendência de focalizar o cliente ou regular a produção da empresa pelo departamento de vendas exige uma organização diferenciada da empresa, ou seja, para se atingir uma produção mais flexível e voltada para a clientela há a exigência de uma estruturação realizada de maneira mais integrada, como cita Market (1999), estabelecendo comunicações entre o departamento de planejamento da produção, administrativo e de vendas.
Sendo assim, as necessidades organizacionais da empresa voltam-se para a qualificação dos seus quadros profissionais , a fim de que eles captem e implementem as modificações rapidamente.
Ao mesmo tempo que a implementação tecnológica altera a prática produtiva tanto na diminuição da hierarquia, como na necessidade de um profissional mais polivalente, ela também funciona como divisor de águas.
Entre aqueles profissionais desprovidos do mínimo de escolaridade e aqueles que possuem nível de formação institucional e técnico, os quais necessitam de maior qualificação para controlar, interferir e articular essas novas tecnologias dentro das situações concretas de produção.
As relações que se estabelecem no âmbito da sociedade capitalista são marcadas pela contradição, como ocorre com o fenômeno da reestruturação produtiva. A implementação tecnológica possui uma dimensão perversa principalmente nos países pobres e a exclusão recai sobre uma considerável parcela dos trabalhadores, em geral, daquela que possui baixa escolaridade e pouco conhecimento técnico, obtendo qualificação basicamente nos moldes da organização taylorista/fordista.
Ainda que a qualificação mais ampla dos trabalhadores não ocorra de forma homogênea, podemos dizer que uma categoria dos profissionais parece ser privilegiada com as modificações tecnológicas, especialmente no que se refere a aproximação dos técnicos aos quadros como podemos observar na abordagem de Lojkine (1990) ao dizer que a ruptura brutal existente entre a gerência que pensa e planeja e o operário que simplesmente executa tarefas, sem poder de interferência, está propensa a diluir-se. Nessa diluição, o homem passa a exercer o papel de protagonista do trabalho que realiza, não apenas alimentando a máquina, contudo a controlando em todo seu percurso, da concepção ao produto final.
Na perspectiva de Lojkine e Shaff (LOJKINE, 1990, p.17; SHAFF, 1990, p.3) há um progressivo desaparecimento do trabalho manual, fazendo com que o homem cada vez mais incumba-se da realização de um trabalho com um potencial criativo, deixando de executar tarefas possíveis de serem executadas por máquinas.
À medida que para trabalhar o trabalhador precisa de mais conhecimento, conseqüentemente ele se torna capaz de compreender o processo produtivo como um todo, então a secular diferença entre trabalho manual e intelectual, agora, aproxima-se de um trabalho de certa forma mais cooperativo e criativo. No momento em que o componente intelectual do profissional é mais valorizado, esse profissional adquire maior autonomia na realização do seu trabalho que não se limita à execução, mas a capacidade de elaboração.
Os profissionais com maior autonomia favorecem a cooperação entre categorias profissionais no interior da fábrica já que necessitam discutir, trocar idéias sobre o trabalho para estabelecer diretrizes conjuntas para aplicar na produção. Essa cooperação entendida enquanto troca de conhecimentos teórico e prático dá-se no estreitamento entre engenheiro e os demais quadros de profissionais (os técnicos) e ambos têm de dialogar entre si, trocar experiência da prática do trabalho subsidiada de conhecimento teórico das atividades que realizam.
As novas formas de organização do trabalho parecem requerer o trabalhador com potencial mais criativo e participativo, já que as equipes de trabalho propõem inovações, soluções aos problemas que surgem e a tendência é se incumbir cada vez mais de responsabilidades que requerem um certo desenvolvimento intelectual, sendo assim,

(...) o trabalhador criativo deve nutrir-se contínua e ferozmente de sensações e noções para implementá-las na produção, para isso deve ler, viajar, ouvir, ou seja, aguçar alimentar e aguçar de todas as formas possíveis a sua capacidade de conhecer (DE MASI; MENICONI, 1999, p. 200)



2.2 O TRABALHO DO PEDAGOGO


Todos esses aspectos leva-nos a refletir sobre a possibilidade de um novo campo de atuação para o pedagogo, até agora pouco explorado. Para discutirmos a presença do pedagogo nos processos produtivos, elegemos três aspectos constitutivos da especificidade do trabalho desse profissional que nos parece interessantes serem aproveitados nos locais de produção, sendo eles: a interação com o sujeito, a reflexão sobre a prática do trabalho e a elaboração de programas instrucionais que priorizem a totalidade do processo de trabalho O trabalho costumeiramente desenvolvido pelo profissional da educação (o pedagogo) refere-se a oferecer instrumentos para que o sujeito aprenda a desvendar a realidade. Para que o conhecimento aconteça por parte do sujeito, o educador tem um papel fundamental que é o de oferecer subsídios de cunho teórico-prático para que a partir da ação o sujeito interfira na realidade.

Nesse sentido, o educador não é um mero transmissor de conhecimento, mesmo porque o processo pelo qual consolida-se o conhecimento pressupõe a interação entre sujeito estruturante e objeto a ser estruturado, assim, faz-se imprescindível notar que a função essencial do educador está em oferecer além dos conteúdos, os instrumentos que possibilitem e estimulem a busca do conhecimento por parte do sujeito.
Nos processos produtivos o não pretende ensinar a fazer o trabalho, mesmo porque ele não possui competência técnica para esse tipo de conteúdo específico e, ainda, essa concepção contradiz com a formação do sujeito criativo e ativo,

Os meios de representação não podem ser ensinados, assim como não se pode ensinar a forma ensinar e aprender significa ter compreendido e compreender. A afirmação de que a forma pode ser ensinada só pode parecer verdadeira a um intelecto grosseiro. (CARISTI, 1999, p. 249).


Como mencionamos anteriormente, se há no mundo do trabalho a necessidade de um conhecimento de caráter mais criativo e ativo, então a interação entre os profissionais responsáveis pela produção demonstra ser essencial. Essa interação conjuga a troca recíproca de conhecimento, de um lado, os técnicos, com o saber adquirido pelos anos de experiência na profissão e alguma formação institucional, de outro, os engenheiros e outros profissionais com formação de nível mais elevado, mas que muitas vezes se encontram desprovido de condições para socializar esse conhecimento com os demais. Assim, esses últimos acabam por centralizar em si a escolha dos procedimentos a serem utilizados na produção, perdendo a contribuição prática dos trabalhadores e emperrando a organização da empresa de acordo com as novas formas de organização do trabalho.

Pudemos observar que em uma das empresas pesquisadas utiliza como estratégia para a qualificação de seus quadros profissionais o programa de multiplicadores de treinamento, o qual requer do profissional maior responsabilidade e conhecimento, já que terá de dominar além de seu trabalho específico todo o processo de produção.
Esse tipo de programa requer do profissional outras habilidades como capacidade de compreensão e exposição de idéias, utilização e seleção de materiais didáticos para atingir fins determinados, capacidade de oratória entre outros.
Tudo parece indicar que a necessidade do mercado não se encontra mais fundamentada na divisão entre planejar e executar, por isso os treinamentos realizados simplesmente com suporte técnico não são mais suficientes. Para trabalhar nas novas formas de organização do trabalho, parece ser necessário o desenvolvimento intelectual e comportamental visando o trabalho conjunto.
Para que se consiga avanço na formação do trabalhador, Therrien julga oportuno,

As interações sociais como processo de socialização e de linguagem, proporcionam a elaboração conjunta dos significados em situações, desvelando a natureza parcial e completa do saber construído. (THERRIEN, 1996, p. 67).


Como parte de uma equipe interdisciplinar, o pedagogo por compreender o processo cognoscente pode contribuir na aprendizagem do profissional aguçando o desenvolvimento das potencialidades individuais através da interação entre os profissionais na seleção de metodologias adequadas proporcionando, assim, condições para que ocorra a aprendizagem por meio do trabalho.

Um outro aspecto da formação do pedagogo refere-se à reflexão sobre a prática, aliando teoria e prática. No âmbito da escola, a práxis é bastante discutida como elemento essencial na prática cotidiana da sala de aula. Ao falar sobre a valorização do saber produzido nas relações sociais, Therrien menciona que o pedagogo como profissional que faz das situações concretas que vive o seu instrumento de reflexão e elabora saber, esse mesmo saber faz com que o docente se relacione mais profundamente com o conhecimento. (THERRIEN, 1996, p. 67).
Nesse momento da sociedade capitalista tudo indica que seja oportuno para os setores produtivos estreitarem as relações existentes entre teoria e prática, canalizando essa união em benefício da qualificação profissional, ainda que, contraditoriamente, o interesse das empresas capitalista com a formação profissional seja a acumulação de capital.
Como mencionamos, juntamente com a tendência a uma maior proximidade entre categorias profissionais na produção, parece possível dizer que o diálogo visando a troca de experiência e, sobretudo, a capacidade de olhar para a produção extraindo dessa mesma realidade as necessidades práticas para encontrar novos caminhos constitui-se em um elemento importante para a empresa, como também, para despertar a capacidade criativa e de compreensão profissional.
Encontramos em Carvalho (1993), uma situação proveniente de levantamento de dados empíricos bastante relevante para compreendermos a importância da reflexão sobre a prática que quanto maior é a complexidade do processo (planta) maior o período de experiência necessário para adquirir tais qualificações de operações.
Esse trecho evidencia que o ato de executar encontra-se dissociado do ato de planejar, alienando o trabalhador da compreensão do processo produtivo. Nesse sentido, é oportuno que as experiências práticas estejam ligadas a instrumentos educacionais que, além de proporcionarem a participação dos trabalhadores no planejamento, execução e avaliação, levem o sujeito a perceber as situações provenientes da prática e as alternativas cabíveis para solucionar os problemas que surgem e propor inovações.
Para que se preconize inovações na produção, o componente intelectual demonstra ser indispensável, pois tudo parece indicar que somente com uma articulação de nível intelectual poderemos avançar no âmbito da qualificação profissional. Essa articulação compreende a interação com a realidade através do questionamento constante das práticas empregadas na produção, de modo a incorporar ou rejeitar as experiências que surgem.
Podemos encontrar em estudos como o de Market (1999), a importância de subsidiar as experiências provenientes da prática de suporte educacional, já que os pedagogos do trabalho nas indústria metalmecânica na Alemanha têm desenvolvido e aplicado o conceito de qualificação profissional com base na capacidade e conhecimento para compreender o processo de produção, aprendizagem direcionada às experiências surgidas no trabalho, objetivos que são orientados no processo total da produção incluindo planejamento, execução e controle do trabalho em cooperação, em seguida são desenvolvidas diretrizes didáticas que contemplam esses conceitos. (MARKET, 1999, p.157).
Estudos como o de Market demonstram a necessidade de desenvolver um conceito de qualificação profissional com base na nova forma e organizar a produção, e também, os novos modelos organizacionais parecem requerer que as experiências adquiridas na prática do trabalho estejam subsidiada de suporte educacional a fim de traduzir o momento no qual o trabalhador despende sua força de trabalho em ganhos individuais e que as equipes de trabalho inovem, troquem experiências e interajam entre si, não apenas em uma perspectiva de execução, mas de concepção do trabalho.
Um outro aspecto do trabalho que o pedagogo pode vir realizar na empresa se refere à elaboração de programas instrucionais ou diretrizes didáticas. Nas empresas podemos constatar que todas elas fazem um planejamento prévio das etapas de treinamento contendo conteúdos, objetivos, técnicas (lê-se metodologia) e avaliação, porém esse planejamento é realizado sem suporte educacional, ainda que o objetivo seja a qualificação dos trabalhadores, que por mais restrito que se entenda esse conceito, em geral, refere-se a aquisição de conhecimentos do processo produtivo e desenvolvimento de capacidades intelectuais e comportamentais no sujeito que aprende determinado conteúdo.
A organização sistemática das atividades a serem aplicadas no treinamento demanda um tipo de conhecimento específico da prática educativa, como a elaboração e seleção de materiais didáticos, instrumentalização didática dos profissionais e, ainda, a seleção de metodologia apropriada para conduzir a execução do treinamento.
A prática educativa pressupõe a superação dos elementos formais do programa de aprendizagem, não os excluindo, mas ultrapassando a simples organização formal para uma organização educativa, na qual o objetivo, o conteúdo, a metodologia e a avaliação são vistos interligados, sofrendo modificação, seleção e adaptação de modo a interferir na organização intelectual do sujeito.


3. O PEDAGOGO EM ESPAÇOS NÃO ESCOLARES


O novo cenário da educação se abre no século XXI com novas perspectivas para o profissional que se insere no mercado de trabalho, sob diversas abrangências, como nos mostra a própria sociedade, que vive um momento particular discussões sobre globalização, neoliberalismo, terceiro setor, educação on-line, enfim, uma nova estrutura se firma na sociedade, a qual exige profissionais cada vez mais qualificados e preparados para atuarem neste cenário competitivo.

Segundo Maria Edna Sabina de Oliveira a educação em espaços não escolares vem confirmar esta discussão que vivenciamos, o pedagogo sai então do espaço escolar, que até pouco tempo, era seu espaço (restrito) de trabalho, para se inserir neste novo espaço de atuação com uma visão redefinida da atuação deste profissional.
Empresas, hospitais, ONGs, associações, igrejas, eventos, emissoras de transmissão (rádio e Tv), e outros formam hoje o novo cenário de atuação deste profissional, que transpõe os muros da escola, para prestar seu serviço nestes locais que são espaços até então restritos a outros profissionais. E esta atual realidade vem com certeza, quebrando preconceitos e idéias de que o pedagogo está apto para exercer suas funções na sala de aula. Onde houver uma prática educativa, existe aí uma ação pedagógica.

"Convivemos até bem pouco tempo com a visão de uma pedagogia inserida no ambiente escolar, na sala de aula, do profissional da educação envolvido com os problemas da educação formal, uma idéia falsa de que o pedagogo é o profissional capacitado e devidamente treinado para atuar somente em espaços escolares, é o responsável pela formação intelectual das crianças, sempre se envolvendo no cotidiano escolar, com os problemas relacionados à educação formal, propriamente dita. A vida escolar, a educação formal, não deixa de ser um foco importante para o Pedagogo, mas deixa de ser o único."


Diante da atual realidade em que se encontra a sociedade, a educação tem se transformado na mola mestra, para enfrentar os desafios que se articulam dentro dela e em todos os seus segmentos, desafios gerados pela globalização e pelo avanço tecnológico na atual era, a tão inovadora e desafiadora era da informação.

A educação é também a mola mestra para transformar a situação de miséria, tanto intelectual quanto econômica, política e social do povo, promovendo acesso à sociedade daqueles que são vistos como os excluídos. Possibilitando assim a transformação da sociedade numa sociedade mais justa e igualitária.

Os efeitos da crise econômica globalizada e a rapidez das mudanças na era da informação levaram a questão social para o primeiro plano, e com ela o processo da exclusão social, que já não se limita à categoria das camadas populares. (GOHN, 2001, p. 09).


Dessa forma a educação sofre mudanças em seu conceito, pois deixa de ser restrita ao processo ensino-aprendizagem em espaços escolares formais, se transpondo aos muros da escola, para diferentes e diversos segmentos como: ONGs, família, trabalho, lazer, igreja, sindicatos, clubes etc. Abre-se aqui um novo espaço para a educação, dando uma estrutura interessante à educação não formal.

Com toda esta nova proposta e possibilidade de atuação, o profissional Pedagogo também se transforma, se adequando a esta nova realidade, se posicionando como profissional capacitado para caminhar junto a esta transformação da sociedade. O Pedagogo deixa de ser, neste novo contexto, o mesmo Pedagogo do século XVIII, XIX e até mesmo século XX. Apresentando-se agora como agente de transformação para atuar nesta nova realidade. Hoje, o profissional pedagogo está sendo inserido em um mercado de trabalho mais amplo e diversificado possível, porque a sociedade atual, exige cada vez mais profissionais capacitados e treinados para atuarem nas diversas áreas. Não sendo comum um profissional ser qualificado apenas para exercer uma determinada função, e sim para atuar nas diferentes áreas existentes no mercado de trabalho, seja ele qual for.
As linhas de pensamento relacionadas ao profissional Pedagogo possibilitam uma reflexão mais aprofundada sobre a sua atuação, pois hoje, se pensa muito mais detalhadamente a dinâmica do conhecimento e as novas funções do educador como mediador deste processo. Dessa forma, não podemos mais nos deter somente no universo da educação formal, mas buscar novas fontes de formação e de informação para adequar este profissional no mundo globalizado e competitivo.
Toda transformação relacionada à atuação do Pedagogo se dá ao fato de que, hoje vivemos o processo que reflete a transformação de valores e pensamentos de uma sociedade voltada para valores mais específicos, como a cultura de seu povo, valor diferente daquele que até pouco tempo se primava pelo valor econômico. Ou seja, a cultura hoje tem o seu papel melhor definido e mais importante para a sociedade do que situação econômica, propriamente dita.
Nesta perspectiva de mudança e viabilizando uma atuação deste profissional é que abrimos espaço para esta discussão, pautando nosso estudo na atuação do Pedagogo em espaços não escolares, suas habilidades e competências para atuação nestes espaços, o leque de possibilidades que hoje se abre deixando para trás a idéia primária de que este profissional está preparado somente para atuar em espaços escolares, e que pouco ou quase nada podendo aproveitar de suas habilidades para atuar em outros espaços.
Assim, este profissional que atravessa séculos, executando o seu papel de preceptor, de transformador do conhecimento e do comportamento humano, chegando ao século XXI, com uma nova proposta, sua efetiva atuação em espaços também não escolares, e que, no entanto, visam a aprendizagem e a transformação do comportamento humano, tanto quanto dentro da educação formal.
Conforme Ribeiro (2003), este assunto tornou-se desafiador a partir do momento em que verificamos através de discussões realizadas em sala de aula, seminários, mesa redonda, através de leituras compartilhadas, visualizamos um horizonte se abrindo para esta área do conhecimento, discussões que estão fundamentadas em teóricos conceituados e pela própria sociedade que chega ao século XXI com novas perspectivas para a educação formal e também para a educação não formal, discussão que até bem pouco tempo era desconhecida para a maioria de nossas escolas de formação, e também dos profissionais.
Em seu trabalho, Maria Edna Sabina de Oliveira, diz ainda que como hoje o Pedagogo está sendo inserido num mercado de trabalho cada vez mais diversificado e amplo, o nosso estudo se justifica pela necessidade de compreender a dinâmica, que levou a sociedade a chegar onde estamos hoje, com um discurso voltado para a inclusão social, para o voluntariado, para projetos de pesquisas, para educação formal, não formal e informal, observando o processo de ensino-aprendizagem não somente como processo para dentro da escola, da sala de aula ou do cotidiano escolar, mas um processo que acontece em todo e qualquer segmento da sociedade, seja ele qual for. E também como o Pedagogo se insere neste novo contexto social, percebendo a sua relação em diferentes espaços.

Verifica-se hoje, uma ação pedagógica múltipla na sociedade. O pedagógico perpassa toda a sociedade, extrapolando o âmbito escolar formal, abrangendo esferas mais amplas da educação informal e não-formal. (LIBÂNEO, 2002, p.28).


É importante ressaltar aqui como a educação formal e a não formal caminham paralelamente e, portanto, a necessidade de agregar ao ensino formal, ministrado nas escolas, conteúdos da educação não-formal, como os conhecimentos relativos às motivações, à situação social, à origem cultural, etc. Por isto, esta nova perspectiva de atuação do Pedagogo, sua qualificação vem filtrando cada vez mais, buscando uma relação estreita entre as diferentes propostas de educação existentes na sociedade.

Este assunto tornou-se relevante para este projeto, à medida que foi se descortinando as grandes possibilidades de pesquisas durante as discussões realizadas e também por apresentar um assunto que vem transformando a idéia de uma educação restrita em uma educação ampla e sem fronteiras. Este tem se tornado um assunto desafiador para tantos quanto se interam do mesmo.


4. O PEDAGOGO EMPRESARIAL


O desenfreado desenvolvimento científico e tecnológico das últimas décadas tem marcado a sociedade contemporânea com profundas mudanças nas organizações, no modo de produção e nas relações humanas.

Verdades e conceitos têm sido questionados, mitos e comportamentos derrubados e o conhecimento tem ultrapassado os limites geográficos, sociais e educacionais com uma vertiginosa velocidade.
As novas tendências sociais e os novos rumos impostos pela Era da Informação influenciam diretamente a educação e o conhecimento. Administrar a quantidade de informações veiculadas e estar atualizado, atualmente, é uma tarefa extremamente difícil e especializada.
Segundo Marta Teixeira do Amaral, docente da Universidade Estácio de Sá em Pedagogia e Mestre em Educação e consultora em T&D, o velho esquema escolar da memorização, da erudição pela erudição oriundos da ação pedagógica da Companhia de Jesus na implantação do sistema educacional brasileiro, já não se enquadra nos moldes da nova construção sócio-econômica e educacional do país.
O mundo transforma-se a cada momento e o resultado mais visível desse processo é a obsolescência do conhecimento que impele-nos à atualização constante e contínua. O MEC evidenciou a intensidade do impacto desse novo formato social ao publicar os Referenciais para Formação de Professores. (GENTILI; BENCINI, 2000).
O documento descreve as novas competências do educador e as novas características das suas aulas, que devem priorizar a formação do aluno cidadão, capaz de estabelecer relações com o mundo que o cerca, analisar, pesquisar, estar atualizado e, sobretudo, aprender a aprender.
Os reflexos mutatórios na escola explicitam a exigência urgente do mercado de trabalho que não abriga mais o trabalhador mecanizado, mero executor de tarefas, personificado na figura robotizada do personagem do filme Tempos Modernos de Charles Chaplin. O ambiente organizacional contemporâneo requer o trabalhador pensante, criativo, pró-ativo, analítico, com habilidade para resolução de problemas e tomada de decisões, capacidade de trabalho em equipe e em total contato com a rapidez de transformação e a flexibilização dos tempos atuais.
Mas como conseguir isso? Como conseguir desenvolver competências nos alunos de nossas escolas atuais? Como contribuir para a construção de colaboradores autônomos, e com espírito de aprendizes? Como manter as organizações atualizadas no mundo que vive a transformação num ritmo frenético? Como transformar o ambiente de trabalho em um ambiente de aprendizagem permanente?
Diante dessas indagações surge a figura do Pedagogo Empresarial. Cada vez mais as empresas descobrem a importância da educação no trabalho e desvendam a influência da ação educativa do Pedagogo na empresa. O Pedagogo não é mais só o profissional que atua no ambiente escolar. Ao contrário, dispõe de uma imensa área de atuação, tais como: empresas de diversos setores, ONGS, editoras, sites, consultorias especializadas em T&D e em todas as áreas que requeiram um trabalho educativo.
A tarefa do Pedagogo Empresarial é, entre outras, a de ser o mediador e o articulador de ações educacionais na administração de informações dentro do processo contínuo de mudanças e de gestão do conhecimento. Gerenciar processos de mudança exige novas posturas e novos valores organizacionais, características fundamentais para empresas que pretendem manter-se ativas e competitivas no mercado.
Dessa forma, o profissional da educação atua na área de Recursos Humanos direcionando seus conhecimentos para os colaboradores da empresa com o objetivo da melhoria de resultados coletivos, desenvolve projetos educacionais, seleciona e planeja cursos de aperfeiçoamento e capacitação, representa a empresa em negociações, convenções, simpósios, realiza palestras, aporta novas tecnologias, pesquisa a utilização e a implantação de novos processos, avalia desempenho e desenvolve projetos para o treinamento dos funcionários.
Outra modalidade para a capacitação e treinamento dos recursos humanos no mercado empresarial é a Universidade Corporativa. Essas Universidades desenvolvem um sistema de aprendizado contínuo voltado para as necessidades específicas das empresas e de seus colaboradores. Contribuem para a aquisição dos conhecimentos dos novos processos de produção e valores organizacionais consoantes com a missão da empresa. Esse novo nicho educacional tem crescido e tende a intensificar-se nos próximos anos gerando uma demanda social de Pedagogos Empresariais. Hoje, algumas empresas que possuem Universidades Corporativas podem ser citadas: Embratel, Accor, Motorola, McDonald´s, Algar, Brahma. A mais nova inauguração é de responsabilidade do SERPRO - empresa pública da área de Tecnologia da Informação e Comunicações. (Revista Tema, 2004).
As organizações são formadas por pessoas: são elas que atendem ao público, despacham documentos, recebem recados, fazem pagamentos, tomam decisões... Há uma mútua simbiose entre pessoas e organizações: pessoas dependem das organizações e organizações dependem das pessoas. Dentro dessa interdependência e do novo paradigma de competitividade em mercados globais, o treinamento e o aprendizado são imprescindíveis para o aproveitamento das oportunidades pessoais e organizacionais e para a neutralização das ameaças ambientais. Os indicadores propulsores da aprendizagem organizacional são a criatividade e a inovação.
Segundo Peter Senge (1999, p. 320), autor do livro A Quinta Disciplina, os gerentes devem estimular e conduzir a mudança para criar organizações que aprendam. (SENGE apud CHIAVENATO, 1999).
A aprendizagem e o treinamento nas empresas são os diferenciais de competitividade, qualidade e lucratividade. Por esse motivo o investimento no conhecimento contínuo e coletivo do capital intelectual das empresas tende ao crescimento progressivo.
Esse conceito administrativo assemelha-se, integralmente, ao novo conceito educacional de escola e da sua função social: formar cidadãos autônomos. Segundo a Pedagoga Maria Inês Fini coordenadora do Enem, a escola não é mais o lugar de simples transmissão do conhecimento, é:

(...) o espaço das relações humanas moldadas, deve ser usada para aprimorar valores e atitudes, além de capacitar o indivíduo na busca de informações, onde quer que elas estejam, para usá-las no seu cotidiano. (Revista Nova Escola, 2000).


Torna-se evidente que a palavra de ordem hoje é Gestão do Conhecimento. Escolas e empresas que não repensarem seus modelos e agarrarem-se aos velhos paradigmas do aprendizado e das relações humanas, estarão, certamente, fadadas ao fracasso ou ao desaparecimento. A inexorabilidade da reestruturação sócio-econômica obriga que as escolas desenvolvam competências nos alunos para atender às exigências do mercado de trabalho e que as organizações reestruturem-se e transforme o ambiente de trabalho num ambiente de aprendizagem, contribuindo para a construção de pessoas que se antecipem aos acontecimentos, sejam atualizadas e saibam aprender a aprender.



4.1 EDUCAÇÃO NO TRABALHO - IMPORTÂNCIA


Já passou a época em que o pedagogo ocupava-se somente da educação infantil. A pedagogia hoje dispõe de uma vasta área de atuação, que inclui, além de instituições de ensino, empresas dos mais diversos setores. É necessário separar o que é escolar do que é educativo. O pedagogo pode atuar em todas as áreas que requerem um trabalho educativo, ressalta Neide Noffs, professora da Faculdade de Educação da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP).

Mas apenas formar-se pedagogo não é suficiente para conquistar um cargo em uma companhia, afirma Robson Borges que tem formação e certificação internacional em coaching integrado. É necessário buscar outros conhecimentos relacionados à educação corporativa e à andragogia - educação de adultos - por meio de cursos de especialização, mestrados e doutorados.

"O curso de pedagogia ainda está muito voltado para a escola, mas isso está mudando. As faculdades já estão revisando seus currículos, de modo que a formação de profissionais seja melhor direcionada. Hoje, os alunos freqüentam estágios focados no trabalho em empresas, mas não saem da faculdade especialistas nesta área. Futuramente, o curso será mais específico e passará a adotar a nomenclatura de pedagogia com ênfase em empresas, explica a professora da PUC. De acordo com ela, ainda é preciso analisar quais conhecimentos e habilidades específicas serão exigidas no curso para que não surjam problemas no exercício da profissão. Este assunto requer muito estudo para evitar que o trabalho do pedagogo empresarial colida com o de outros profissionais, como assistente social ou psicólogo organizacional."


Como não poderia deixar de ser, as funções desempenhadas pelo pedagogo dentro de uma companhia estão em constante movimento, já que são influenciadas por diversos fatores, como o desenvolvimento tecnológico, a competitividade e as exigências de mercado. Hoje, as palavras-de-ordem dentro das organizações são: mudança e gestão do conhecimento.

Nesse contexto, o papel do pedagogo é fundamental, pois todo processo de mudança exige uma ação educacional e gerir o conhecimento é uma tarefa, antes de tudo, de modificação de valores organizacionais, explica Vera Martins, pedagoga especialista em treinamento e desenvolvimento de pessoas em empresas.
O pedagogo empresarial pode focar seus conhecimentos em duas direções: no funcionário ou no produto da empresa. No primeiro caso, trata-se da atuação no departamento de Recursos Humanos (RH), realizando atividades relacionadas ao treinamento e desenvolvimento do trabalhador. O pedagogo é o responsável pela criação de projetos educacionais que visam facilitar o aprendizado dos funcionários. Para tanto, realiza pesquisas para verificar quais as necessidades de aprimoramento de cada um e qual método pedagógico é mais adequado. A partir daí, trabalha em conjunto com outros profissionais de RH na aplicação e coordenação desses projetos, explica a pedagoga Leslie dos Santos, consultora de RH do Bank Boston.
Já no segundo caso, o pedagogo irá atuar em empresas que trabalham com educação, como editoras, sites e organizações não-governamentais (ONGs). Uma das minhas funções dentro da editora é apresentar o produto ou serviço da maneira mais atraente possível ao cliente, que em geral são professores. Para isso, desenvolvo projetos pedagógicos e estratégias de divulgação de livros, CDs, revistas, vídeos e DVDs, explica Cláudia Onofre, pedagoga responsável pelo departamento de divulgação da Editora Paulus.


CONCLUSÃO


Em primeiro momento, algumas pessoas ainda acham que a Pedagogia está estritamente relacionada à área educativa ou docente, contudo, sabe-se que esta graduação habilita o profissional a atuar também me supervisão, orientação e em projetos de recursos humanos.

Hoje, este conceito amplia-se mais ainda com a noção do pedagogo empresarial. Segundo Neide Noffs, professora da Faculdade de Educação da PUC-SP o pedagogo pode atuar em todas as áreas que requerem um trabalho educativo, portanto, está habilitado a militar no campo da andragogia - educação de adultos.
O curso de Pedagogia ainda não está devidamente voltado a educação empresarial, pois atêm-se muito à escola, por isso é importante cursar uma pós-graduação mais voltada para a empresa ou para os recursos humanos.
No ambiente empresarial, o pedagogo pode focar seu trabalho em duas direções: no funcionário ou no produto/serviço. Atuando com o funcionário, o pedagogo deve iniciar suas atividade conjuntamente com o departamento de RH, criando projetos educacionais que visem facilitar o aprendizado por parte dos funcionários. No segundo caso, este profissional atuará em empresas que vendem serviço/produtos educacionais como editoras, sites, ONGs. Desta forma, o pedagogo irá adequar a linguagem comercial ao tipo de produto oferecido, para expor de maneira satisfatória.
Nas grandes organizações, o pedagogo é o responsável pela elaboração de projetos de implantação de universidades corporativas, avaliando a viabilidade de cursos e programas educacionais; contatando profissionais e confeccionado material didático. Além disso, os pedagogos são os responsáveis por treinamentos de comportamento para as lideranças. Eles são os mais indicados para transmitir aos líderes, a maneira correta de como lidar com subordinados e como ensiná-los a realizar tarefas.
Pode-se ainda, como em qualquer profissão, prestar consultoria ou assessoria para organizações, em função de uma experiência adquirida em outras instituições. Ë válido salientar que à medida que o profissional pretende oferecer um serviço mais elaborado, é necessário especializar-se com cursos e pós-graduações, desta forma, chega um momento em que a graduação inicial foi apenas um ponto de partida.
De acordo com as reflexões acima tudo indica que há nos setores produtivos que implementam as novas formas de organização do trabalho a possibilidade de atuação do pedagogo. Por outro lado, pudemos constatar que a maior parte dos dirigentes, sejam eles de recursos humanos ou administrativos, manifestam desconhecimento do trabalho que o pedagogo possa realizar dentro da indústria. A maior parte dos diretores e dirigentes demonstra indicar o pedagogo como docente, restringindo seu trabalho à sala de aula. Embora esses dirigentes alegassem haver possibilidade de contratação de estagiários do curso de pedagogia, a concepção restrita do trabalho do pedagogo dificulta o acesso desse profissional à industria, pois dificilmente a empresa contratará um profissional desconhecendo sua área de atuação, ou seja, sem saber que conhecimento técnico esse profissional possui e em que ele poderia ser útil na empresa.
No entanto, para que os programas de qualificação profissional não contemplem a separação entre planejamento e execução, como no modelo taylorista - fordista, o pedagogo deve oferecer instrumentos que capacitem os demais agentes do processo produtivo a discutir, questionar, pesquisar e propor objetivos a serem alcançados, bem como auxiliar na escolha das metodologias mais apropriadas e materiais a serem utilizados.
Assim, podemos dizer que a especificidade do trabalho do pedagogo pode contribuir significativamente com os processos produtivos e a tendência é ampliar-se à medida que se desenvolvam as transformações produtivas em curso e se passe a requerer maior potencial intelectual.


REFERÊNCIAS



ANDERY, Maria Amália (org.). Para Compreender a Ciência: uma perspectiva histórica. São Paulo/Rio de Janeiro: EDUC, 1996, p. 17.


ANDRADE FILHO, Francisco Antônio de. Discurso Ideológico em Ciência e Tecnologia. In: Revista Brasileira de Tecnologia - RBT, do CNPq, Brasília: v. 17, n. 01, jan./fev., 1986, p. 1.


ANTUNES, Ricardo. Adeus ao trabalho. 2. ed. São Paulo: Cortez, 1995.


BACHELAR, Gaston. Um Novo Espírito Científico. São Paulo: Nova Cultural, 1998.


BENJAMIN CONSTANT (1836-1891) Enciclopédia Ilustrada do Conhecimento Essencial. Rio de janeiro: Reader's Digest Brasil, 1998.


CARISTI, Fabrizio. A criatividade racional de Bauhaus. In: DE MASI, Domenico. A emoção e a regra: os grupos criativos na Europa de 1850 a 1950. Rio de janeiro: José Olympio, 1999. p.229-257.


CARVALHO, Ruy quadros. Programable automation and employmente pratices in brasilian industry. Tese (Doutorado) - University of Sussex, Brigton, 1993. In: CASTILLO, Noela Invernizzi. Alguns questionamentos sobre a hipótese de re-qualificação para o trabalho Educação & Sociedade, Campinas, v. 13, n. 58, p. 54-777, jul. 1997.


CHAVES, E. O. C. O curso de pedagogia: um breve histórico e um resumo da situação atual. In: Cadernos CEDES, ano 1, n. 2. Rio de Janeiro: Cortez, 1981.


CHIAVENATO, Idalberto. Gestão de Pessoas: o novo papel dos recursos humanos nas organizações. 2. ed. Rio de Janeiro:Campus, 1999.


DUARTE JÚNIOR, João Francisco. Fundamentos Estéticos da Educação. São Paulo: Cortez, 1991.


ELGOOD, C., Handbook of Management Games. 4. ed. Grower, 1988.


FRANCO, Maria Amélia. Pedagogia como ciência da educação. Campinas: Papirus. 2003.


GENTILI, Paola; BENCINI, Roberta. Para aprender e desenvolver competências. Revista Nova Escola on-line: São Paulo, n. 135, set. 2000. Disponível em:
. Acesso em: mar. 2005.

GOHN, Maria da Gloria. Educação não formal e cultura política: impactos sobre o Associativismo do terceiro setor. 2. ed. São Paulo: Cortez, 2001.


HARVEY, David. Condições pós-moderna. 5. ed. São Paulo: Loyola, 1992.


JAPIASSU, Hilton. Introdução ao Pensamento Epistemológico. Rio de Janeiro: Francisco Alves, 7. ed. 1992.


KOMENSKY, Jan Amos. Nova Enciclopédia Barsa. São Paulo: Barsa Consultoria Editorial, 2001.


LIBÂNEO, José Carlos. Organização e Gestão da Escola: Teoria e Prática.


LOJKINE, Jean. A classe operária em mutação. Belo Horizonte: Nosso Tempo, 1990.


MARCOVITCH, Jacques. Administração em Ciência e Tecnologia. São Paulo: Edgard Blücher, 1983.


MARKET, W. (Org.). Trabalho, qualificação e politenia. Campinas: Papirus, 1996.


PEGORARO, Olinto O que é o ser humano: a moralidade dos atos científicos. Rio de Janeiro: FIOCRUZ, 1999.


PELLEGRINI, Denise. Referenciais do MEC mostram competências que o professor precisa desenvolver para dar aulas melhores. Revista Nova Escola on-line: São Paulo, n. 131, abr. 2000.
. Acesso em: mar. 2005.

PINTO, Umberto A. O Pedagogo escolar: avançando no debate a partir de experiência nos cursos de Complementação Pedagógica. In: PIMENTA, S.G. (org) Pedagogia e pedagogos: caminhos e perspectivas. São Paulo: Cortez, 2002.


RANGEL S.G. Educação Grega. Disponível em:
. Acesso em: abr. 2005.

RIBEIRO, Amélia Escotto do Amaral. Pedagogia Empresarial: atuação do aedagogo na empresa. Rio de Janeiro: Wak, 2003.


RIFIKIN, Jeremy. O fim dos empregos: o declínio inevitável dos empregos e a redução da força global de trabalho. São Paulo: Matron books, 1996.


ROCHA, Adriana Magalhães. Pós-Modernidade: ruptura ou revisão? São Paulo: Cidade Nova, 1998.


ROUSSEAU Jean-Jacques. Nova Enciclopédia Barsa. São Paulo: Barsa Consultoria Editorial, 2001.


THERRIEN, Jacques. Trabalho e saber: a interação no contexto da pós-modernidade. In: VARGAS, N. Gênese e difusão do taylorismo no Brasil. Ciências Sociais Hoje, São Paulo, 1997.


VARGAS, N. Gênese e difusão do taylorismo no Brasil. Ciências Sociais Hoje, São Paulo, 1997.


 



Para referência desta página:


GRECO, Myrian Glória. O Pedagogo Empresrial.
Pedagogia em Foco. Rio de Janeiro, 2005. Disponível em: . Acesso em: dia mes ano



FONTE DO TEXTO: http://www.pedagogiaemfoco.pro.br/pemp02.htm